Guilherme Kolling, de Nova York
No segundo dia da missão do governo gaúcho aos Estados Unidos, o governador Eduardo Leite deu início a uma rodada de visitas a bancos de investimento. Na manhã desta terça-feira (8), a poucas quadras do famoso prédio The Empire State Building, a comitiva do Rio Grande do Sul entrou em um outro arranha-céu, mais moderno e envidraçado, sede do Bank of America em Nova York.
Depois da reunião a portas fechadas, o governador afirmou que o banco avalia que a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) “é um ativo extremamente interessante e que mantém a projeção de interesse privado, mesmo nas circunstâncias atuais”, com a guerra da Ucrânia, inflação alta e taxa de juros em elevação.
Leite apontou que o Bank of America é muito respeitado nas suas análises econômicas, e enxerga o setor do saneamento como uma grande oportunidade de investimentos no Brasil, sendo a Corsan considerada uma interessante porta de entrada nesse mercado.
O chefe do Executivo gaúcho confirmou que o novo cronograma para o leilão está mantido, com a expectativa de fazer a oferta inicial de ações até julho – originalmente, a operação estava prevista para fevereiro, mas em janeiro deste ano, a Corsan enviou comunicado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando o adiamento.
Concessões de estradas no Estado podem ser afetadas
Se a privatização da Corsan está mantida e atrai o mercado, a concessão de rodovias no Rio Grande do Sul pode ser afetada pelo cenário atual. O governador Eduardo Leite, após reunião com o Bank of America, observou que a guerra da Ucrânia afeta a cotação do petróleo, trazendo um componente novo. “Pode afetar a concessão de estradas, na medida em que tem o petróleo subindo e isso afeta o preço de insumos básicos para a pavimentação, como o asfalto.” Por ora, o cronograma da concessão de estradas está mantido, mas o tema será monitorado.
“Há análises que projetam que o preço do petróleo pode chegar a US$ 150 ou US$ 200 (o barril), bom, isso tem um impacto violento no custo dos insumos, no que vai ser demandado de investimentos, e pode gerar a revisão de obras e cronogramas. Até agora não é o caso”, concluiu Leite.