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Missão RS na Holanda

- Publicada em 03 de Junho de 2022 às 15:16

Porto de Roterdã manifesta interesse em importar hidrogênio verde

Delegação do RS visitou o maior complexo portuário da Europa

Delegação do RS visitou o maior complexo portuário da Europa


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Guilherme Kolling
A cidade de Roterdã é uma das principais da Holanda e é estratégica não só para a nação europeia, mas para todo continente pelo seu papel logístico. Abriga o principal porto da Europa, que até o início dos anos 2000 era o mais importante do mundo, depois superado por chineses.
A cidade de Roterdã é uma das principais da Holanda e é estratégica não só para a nação europeia, mas para todo continente pelo seu papel logístico. Abriga o principal porto da Europa, que até o início dos anos 2000 era o mais importante do mundo, depois superado por chineses.
A relevância que o Porto de Roterdã ganhou ao longo dos anos não é por acaso. Passa pelo contexto geográfico dos Países Baixos – onde um percentual representativo do território fica abaixo do nível do mar, o que incentivou a população local a se tornar especialista em navegação e estruturas envolvendo água – e pela história do terminal, criado literalmente há séculos.
A operação ocupa uma área de 40 quilômetros de extensão – número ainda mais representativo se for considerado que o país tem cerca de 200 quilômetros de largura. O complexo, que tem uma rodovia própria e abriga cerca de 3 mil empresas de vários países, segue em expansão.
Na mais recente, iniciada em 2008 e que hoje ainda tem alguns espaços que por enquanto são "ilhas de areia" e que no futuro receberão terminais portuários, elevou o avanço do porto a 20 quilômetros mar adentro – o número impressiona e causa estranhamento, mas na Holanda é comum “criar terras novas”, seja com aterros, diques ou drenagem, a fim de garantir mais espaço. No caso do porto, o espaço vai sendo gradativamente ocupado, após a terra estar apta a receber as novas estruturas logísticas.
Também impressionam o tamanho de embarcações – navios imensos, com 400 metros de extensão e capazes de abrigar mais de 20 mil TEUs (Twenty Foot Equivalent, equivalente a 20 pés, em tradução livre), unidade de medida logística equivalente a um contêiner de seis metros. Embora o complexo de cargas esteja muito automatizado, com transporte em carrinhos e até em trem sem condutores humanos, são 565 mil pessoas que trabalham nas milhares de operações sediadas no local. O Porto de Roterdã movimenta 63 bilhões de euros, sendo responsável por 8,2 % do PIB da Holanda.
Não bastasse a importância econômica atual do terminal portuário, que segue avançando e movimentando mercadorias, Roterdã tem também um papel estratégico para a Holanda na chamada transição energética – o país ainda é muito dependente de combustíveis fósseis, e planeja reduzir drasticamente os números até 2030 e ampliar o uso de energias renováveis.
Nesse cenário, o hidrogênio verde – combustível que, produzido em grande escala, deverá estar atrelado a um porto – surge como uma das alternativas que devem ser postas em prática nos próximos anos, e o Porto de Roterdã pretende receber esse tipo de energia, inclusive fazendo distribuição para a Europa.
A iniciativa já mobiliza diferentes níveis governamentais nos Países Baixos – a municipalidade de Roterdã e administração nacional, por exemplo – agências de fomento, consultorias, empresas de serviços ambientais e logísticos. Esses diferentes atores participaram de reuniões com a comitiva gaúcha que está na Holanda, liderada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e pelo governo do Estado.
Os encontros, organizados pela unidade de Porto Alegre do Escritório Holandês de Apoio aos Negócios – instituição que tem representações em todos os continentes, e no Brasil também atua em Belo Horizonte (MG) – começaram com um seminário na quinta-feira (2) à tarde em Haia, e tiveram continuidade nesta sexta-feira (3) pela manhã, quando ocorreu um painel na sede do Roterdã Partners, em um dos prédios históricos que resistiram ao bombardeio à cidade holandesa na Segunda Guerra Mundial.
Os encontros tiveram como tema principal o interesse comum em hidrogênio verde por parte de Países Baixos e Rio Grande do Sul. De um lado, os holandeses planejam comprar hidrogênio verde e renovar sua matriz energética. “Queremos ser um hub de hidrogênio verde no mundo”, resumiu Monica Swanson, representante do Porto de Roterdã no encontro desta sexta-feira.
De outro lado, o projeto do governo gaúcho de produzir o combustível, buscando viabilizar a fabricação e o financiamento da iniciativa. “Estamos aqui (na Holanda) com foco em fazer negócios e construir parcerias”, adiantou o secretário-chefe da Casa Civil do Executivo estadual, Artur Lemos, logo no início de sua apresentação.
À tarde, a comitiva gaúcha na Holanda, que além de integrantes da gestão estadual e da Fiergs inclui empresários e executivos do setor de energia, fez uma visita técnica ao Porto de Roterdã, tendo uma dimensão do terminal e vendo in loco suas principais atividades, expansão e uso de energias geradas no próprio complexo.
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