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Feira de Hannover se transformou ao longo dos anos, diz Petry
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, lidera a missão brasileira na Feira de Hannover neste ano. Com 23 participações desde a primeira vez em que esteve no evento, em 1984, Petry observa que a feira foi se transformando ao longo do tempo, de um espaço focado em venda e negócios para uma vitrine da inovação e tendências da tecnologia no mundo. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Petry ainda fala da possibilidade de o Brasil voltar a ser o país parceiro, tema de reunião com a Deutsche Messe, a empresa organizadora da feira.
Jornal do Comércio – A Feira de Hannover está no imaginário do Rio Grande do Sul...
Gilberto Porcello Petry – Está sim, está sem dúvidas...
JC – O senhor participa da Feira de Hannover desde quando?
Petry – A primeira vez que eu vim nessa feira foi em 1984. O interessante é que se via produtos que estamos acostumados a ver em lojas – televisão, geladeira, caldeira, ferramentas. Hoje já não se vê mais.
JC – Mostravam para fazer negócios, vendas?
Petry – Em alguns era mais para mostrar o produto, outros vendiam direto. Eu lembro que comprei uma máquina cortadora automática e levei (de Hannover)... Depois, isso (esse tipo de negócio) foi sumindo da feira. E hoje está concentrada muito em tecnologia. Então, a Feira de Hannover foi mudando ao longo dos anos. Mas continua sendo um local onde a indústria alemã lança suas inovações.
JC – Agora temos 65 gaúchos em uma delegação brasileira de 97 pessoas...
Petry – Entendemos sempre a ideia de que a Alemanha, que é muito forte na parte industrial e da inovação, apresenta suas melhorias aqui. E temos vindo em várias missões, para trazer as pessoas para ver a feira. E muitos vêm até para fazer comparações com os seus negócios, para ver no que eles podem evoluir.
JC – Portugal é o país parceiro da Feira de Hannover neste ano. O Brasil pode voltar a ser o país parceiro ou é um sonho impossível no atual contexto?
Petry – A presença de Portugal na feira está muito importante, com muitos estandes, até me surpreendi. Lembro que a Índia, por exemplo, quando foi país parceiro, não tinha esse tamanho. O Brasil foi uma vez no passado e pode voltar a ser de novo.
JC – A Feira de Hannover tem menos público nesse ano. Por quê?
Petry – É mais a questão da pandemia, um certo receio, do que a mudança de formato (do presencial para o virtual). O contato pessoal é imbatível. No meio de uma negociação, sempre tem uma conversa mais amena. No virtual não tem isso, não tem esse contato. E o que mais vale é esse contato tête-à-tête.