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Fábrica da Mercedes-Benz materializa inovações da Feira de Hannover
Complexo industrial na Alemanha tem produção sob demanda
Guilherme Kolling, de Hannover
A robôs e inteligência artificial. Logo no início do roteiro, no primeiro pavilhão do processo de fabricação, um portão se abriu automaticamente e um carrinho, controlado por sensores, levou uma pilha de chapas de aço que seriam prensadas ao seu destino. Tudo sem nenhum humano por perto. Depois, tetos de vidro eram instalados e ajustados milimetricamente também por robôs.
Nas linhas de produção mais avançadas, essas sim repletas de funcionários, as máquinas também trabalham, checando com precisão, por exemplo, se as frestas nas aberturas do carro estão corretas. Só existem dois vereditos, explicou o guia: ou está perfeita ou está errada. Há também controle de qualidade por trabalhadores, mas até nesses casos, a triagem é feita por máquinas, que apontam a qualidade de cada peça em telões – a sintonia fina de alguns detalhes é checada por humanos.
Se o grande nível de automação e a alta tecnologia utilizada permitem à Mercedes definir o número exato de peças e automóveis que planeja produzir a cada turno, um fator externo impede que a companhia mantenha suas metas de fabricação: a escassez de insumos, como chips para automóveis, em função de um contexto de guerra na Ucrânia e lockdown em parte da China.
Atualmente, clientes da Mercedes na Alemanha precisam esperar um ano para receber o veículo encomendado – o carro pode ser retirado na própria fábrica de Bremen. A planta tem 75% da sua produção exportada para 200 países, inclusive o Brasil, e é referência para modelos como Classe C e GLC. Um carro leva três dias e meio para ser feito, do início ao fim. Modelos conversíveis tomam quatro dias e meio de trabalho. A planta produz ainda as linhas Classe E, SL e os modelos EQC e EQE (ambos elétricos).
Apesar da excelência da fábrica no norte alemão, os novos protótipos e veículos Mercedes são desenvolvidos na matriz, cuja fábrica fica em Sttutgart, sul da Alemanha.