A Lojas Renner, que tem capital aberto na bolsa de valores, divulgou fato relevante nesta sexta-feira (16) informando que avalia a possibilidade de realizar "uma oferta pública de distribuição primária geral" de ações. Bancos já foram contratados para estruturar a operação.
A operação seria ainda "com esforços restritos", que alcança um número limitado de investidores e com maior poder de fogo. Pode ser ofertada a até 75 investidores profissionais, com venda a até 50, segundo a Instrução Normativa 476, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de 2009.
A nota da companhia é uma reação à notícia publicada nesta sexta pelo site Brazil Journal. No comunicado, a própria companhia, maior varejista de moda do Brasil, cita o portal. O site revelou que a empresa, com sede no Rio Grande do Sul, pode usar o instrumento para captar entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões.
A divulgação de que há a intenção de fazer a oferta atende a regras de mercado para que acionistas, analistas e outros segmentos que acompanham o setor tomem conhecimento das intenções que podem afetar o desempenho do capital que hoje é negociado na B3, seja para valorizar ou rebaixar os papéis.
A informação de que a varejista cogita a oferta circula desde a manhã no mercado, disse o site. As ações estão em alta no último dia útil da semana. A Renner não tem controlador, com capital pulverizado entre investidores.
"Não há, nesta data, definição final quanto à realização da referida oferta, sua estrutura, destinação de recursos ou volume", acrescenta a varejista. "A companhia manterá o mercado devidamente informado sobre quaisquer desdobramentos ou deliberações a respeito do assunto", completa.
O diretor de relações com investidores, Alvaro Jorge Fontes de Azevedo, assina o fato relevante.
A medida servirá para obter recursos do mercado para bancar planos de expansão da rede. Este movimento tem sido feito desde 2020, mas usando outros instrumentos, como debêntures, mas sem a conversão em ações, ou seja, sem a chance de o investidor troca seu dinheiro por parte da empresa.
Em 11 de março, a companhia aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures simples não conversíveis em ações. Foi a 12ª emissão na história da companhia. Em 2020, a rede fez duas emissões nos mesmos moldes, cada uma de R$ 500 milhões, em abril. Portanto, em menos de um ano, o lançamento de dívidas somou R$ 2 bilhões.
Os recursos são voltados capital de giro, em vez de ir ao mercado bancário, e para fluxo de caixa.