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Publicada em 27 de Agosto de 2018 às 22:32

Arrozeiros elevam o tom para garantir a competitividade

Representantes de entidades do segmento cobraram soluções para entraves à rentabilidade da cultura no Estado

Representantes de entidades do segmento cobraram soluções para entraves à rentabilidade da cultura no Estado

/FAGNER ALMEIDA/DIVULGAÇÃO/JC
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Rafael Vigna
Durante o lançamento da 29ª Abertura da Colheita do Arroz, em coletiva realizada ontem na Expointer, representantes de entidades ligadas à orizicultura gaúcha elevaram o tom das cobranças e exaltaram as pautas prioritárias na defesa do setor. Responsáveis por 70% da colheita nacional do cereal, os arrozeiros gaúchos cobram soluções para alguns impasses que colocam em risco o desenvolvimento e a rentabilidade das lavouras no Estado.
Durante o lançamento da 29ª Abertura da Colheita do Arroz, em coletiva realizada ontem na Expointer, representantes de entidades ligadas à orizicultura gaúcha elevaram o tom das cobranças e exaltaram as pautas prioritárias na defesa do setor. Responsáveis por 70% da colheita nacional do cereal, os arrozeiros gaúchos cobram soluções para alguns impasses que colocam em risco o desenvolvimento e a rentabilidade das lavouras no Estado.
Principal atividade econômica de pelo menos 130 municípios do Rio Grande do Sul, a rizicultura tem sido penalizada com a queda de competitividade, o ganho de escala das importações oriundas de países do Mercosul e a disparidade dos preços pagos pela indústria. Os principais desafios contemplam melhores condições de financiamento e regimes especiais de tributação.
Em um ano eleitoral, a passarela de presidenciáveis e postulantes ao governo estadual, já confirmados no decorrer da 41ª Expointer, amplia o hall de reivindicações, conforme explica o vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho. "Temos um impacto social e econômico inestimável. Precisamos nos fazer ouvir. Não podemos continuar cedendo mercado para os países do Mercosul e perdendo nossa competitividade diante de outros estados da federação", resume.
O dirigente destaca que a cultura do arroz representa 2% do ICMS. Por isso, ressalta a manutenção do Irga e a valorização dos técnicos da instituição. Velho também projeta redução de 10% na área nas lavouras orizícolas gaúchas e estima uma safra entre 7,5 milhões e 8 milhões de toneladas.
Neste aspecto, a busca por otimizar a utilização da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (Taxa CDO), devida ao Irga, e a redução do ICMS despontam no topo da lista de demandas. Velho ainda afirma que o setor encaminhou em maio o pedido de redução tributária junto aos órgãos competentes do Estado, mas ainda não obteve respostas.
O vice-presidente da Farsul, Fernando Schardong, endossa o coro e revela que as entidades setoriais "chegaram ao limite de suas reivindicações". Um dos motivos de apreensão se refere às condições de financiamento. De acordo com Schardong, a tendência é que a safra já se inicie com mais de 70% das lavouras nas mãos de outras fontes de financiamento e apenas 25% com financiamento de bancos e agentes financeiros.
"Nos últimos anos, estamos semeando esperança e colhendo problemas. Nós, arrozeiros, estamos fazendo o dever de casa. Tributos, preço mínimo, custos de produção são questões que fogem a nossa alçada. Talvez seja o caso de aumentarmos a nossa voz para e nos tornarmos mais incisivos nestas questões", defende.
Outra voz em consonância com o discurso é a do presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, que demonstra preocupações com a renda dos produtores e o preço pago pela indústria. Segundo ele, historicamente, quando há o afastamento da indústria e dos produtores os problemas tendem a ser acentuados. "Não adianta ter preço agora e os valor pago no momento da colheita estar em patamares menores. Isso mina a rentabilidade e desestimula o desenvolvimento", critica.

Abertura da Colheita do Arroz terá foco na diversificação da matriz produtiva

O lançamento oficial da 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz foi realizado ontem no espaço do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), na Expointer. Em 2019, o evento ocorre de 20 a 22 de fevereiro, na Embrapa Terras Baixas, em Capão do Leão. O município, próximo de Pelotas, integra a região da zona Sul gaúcha, onde são cultivados 170 mil hectares de arroz.
O lançamento que comemora os 30 anos da Federação dos Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) teve a presença de representantes de entidades como Irga, Farsul, Fetag e Embrapa. No foco dos debates estará o tema "Matriz produtiva: Atividade diversificada, renda ampliada".
Com 33 vitrines tecnológicas, os orizicultores terão a oportunidade de obter informações como melhoria de produtividade e racionalização de custos na propriedade. A tradicional distinção com a Pá de Arroz será entregue a 13 personalidades de destaque no cenário da orizicultura.

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