O Hospital Moinhos de Vento prevê destinar a quantia de R$ 200 milhões no desenvolvimento de 42 projetos de pesquisa, educação, avaliação de novas tecnologias, gestão e assistência especializada até 2023. O investimento faz parte de um programa desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e que busca transferir para o Sistema Único de Saúde (SUS) a expertise de hospitais considerados de excelência, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).
A instituição pretende aperfeiçoar, ainda mais sua estrutura de governança nos projetos Proadi-SUS, informa o superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luís Eduardo Ramos Mariath. Ele explica que o Hospital Moinhos de Vento quer conectar cada vez mais os projetos desenvolvidos à expertise que possui e às necessidades da população brasileira.
"O Proadi-SUS existe desde 2009 é um programa de longo prazo, por isso nos permite aperfeiçoamentos para deixá-lo cada vez melhor para cumprir o que se propõe, que é aperfeiçoar o SUS."
No Hospital Moinhos Vento, um comitê gestor formado por diretores e um comitê executivo, formado por outras lideranças, define projetos que serão pactuados com o Ministério da Saúde.
Segundo Mariath, os projetos têm de responder algumas demandas: o projeto tem potencial para aumentar a oferta de atendimento?; diminui custos para o SUS?; qualifica os processos e melhora os indicadores de saúde do Brasil?
O Moinhos de Vento é o único hospital no Sul do Brasil, que participa do Proadi-SUS, parceria público-privada (PPP) criada para apoiar o SUS. O programa reúne seis instituições filantrópicas, sem fins lucrativos, referência em qualidade médico-assistencial e em gestão. A lista é formada por: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês e o Hospital Moinhos de Vento.
De acordo com o superintendente, o programa busca a redução de filas de espera; a qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população; a gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e a melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos do País.
Mariath lembra que o programa é gerido por triênios e nos primeiros anos de atuação no Proadi-SUS, (triênio 2009 a 2011), o Hospital Moinhos de Vento investiu R$ 73 milhões; no segundo (2012/2014), passou para R$ 130 milhões; no terceiro (2015/2017) foram mais de R$ 188 milhões. "Entre 2018 e 2020 foram R$ 225 milhões e neste, que está em curso (2021/2023), serão em torno de R$ 200 milhões, um pouco menos, porque a pandemia da Covid-19 nos trouxe dificuldades."
O objetivo da instituição no atual triênio é ter, pelo menos, 40 projetos até 2023. "Estamos agora com 19 projetos, sendo três novos e os demais de continuidade. Outros 12 novos estão em análise no Ministério da Saúde."
Uma das grandes iniciativas, segundo Mariath, ocorreu logo no início do Proadi-SUS, liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, com a implantação do Hospital Restinga e Extremo-Sul, que consumiu boa parte dos investimentos (R$ 250 milhões), e que impactou mais de 100 mil pessoas da região. "Transferimos esse patrimônio para o município de Porto Alegre em 2015, atualmente o hospital é gerido pela Associação Hospitalar Vila Nova", acrescenta.
Mariath diz que em 2016 e 2017, o Moinhos de Vento começou a investir mais fortemente em projetos na área de avaliação tecnologia em saúde. Depois veio o Projeto Paciente Seguro e na sequência, o Projeto Saúde em Nossas Mãos. "Esse foi um projeto que resultou em uma economia de mais de R$ 300 milhões para o governo e mais 2 mil vidas salvas, por conta da melhoria do ambiente das UTIs. Agora vamos estender a atuação para 224 UTIs pelo Brasil, um aumento de quase 70% com relação ao triênio anterior. É um projeto que deu resultados expressivos", informa.
O superintendente lembra de ações na área telemedicina como projeto TeleUTIs com atuação em todo o Brasil e no atendimento em teleconsultas, que ajudaram a reduzir a mortalidade e o tempo de internação em UTIs. Mariath cita também o projeto Teleoftalmo que foi desenvolvido durante seis anos em parceria com o Telessaúde e, no final do ano, será repassado em funcionamento para o Estado do Rio Grande do Sul.