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Varejo

- Publicada em 29 de Julho de 2018 às 10:33

Cenário desafiador para setor varejista exige cautela e busca de novas alternativas

Loja Paquetá do Shopping Iguatemi de Porto Alegre oferece ambiente mais confortável ao cliente, com mais espaço para circulação e comodidade para experimentação

Loja Paquetá do Shopping Iguatemi de Porto Alegre oferece ambiente mais confortável ao cliente, com mais espaço para circulação e comodidade para experimentação


CLAITON DORNELLES /JC
O ano não tem sido fácil. A greve dos caminhoneiros se somou aos tropeços da economia em um período de incertezas que chega também ao cenário eleitoral. O resultado bate direto na porta do varejo, que tem feito a lição de casa para amenizar as consequências e mostrar ao cliente que comprar continua sendo uma boa experiência. O especialista em varejo da ESPM-Sul, Rubens Santanna, observa que irá se diferenciar quem for excepcional em serviço, na pré e na pós-venda. Ele aponta o ineditismo, o calor humano e a criatividade nas lojas físicas para cativar o consumidor que está optando por outros canais como diferenciais.
O ano não tem sido fácil. A greve dos caminhoneiros se somou aos tropeços da economia em um período de incertezas que chega também ao cenário eleitoral. O resultado bate direto na porta do varejo, que tem feito a lição de casa para amenizar as consequências e mostrar ao cliente que comprar continua sendo uma boa experiência. O especialista em varejo da ESPM-Sul, Rubens Santanna, observa que irá se diferenciar quem for excepcional em serviço, na pré e na pós-venda. Ele aponta o ineditismo, o calor humano e a criatividade nas lojas físicas para cativar o consumidor que está optando por outros canais como diferenciais.
O novo modelo de lojas da Paquetá, como a do Iguatemi de Porto Alegre, segue essa tendência, com ambiente mais confortável, com mais espaço para circulação e comodidade para experimentação. "A boa experiência se dá em muitos pontos de contato do consumidor com as marcas, mas são as lojas que tangibilizam as promessas e os propósitos das marcas", afirma o diretor do varejo multimarcas, Rafael Boettner. Com o novo modelo, os principais desconfortos para o cliente foram solucionados. A fila nos caixas, por exemplo, foi resolvida com smart check-out, em que os vendedores podem confirmar a disponibilidade do produto em estoque, a realização da venda e o pagamento com o cartão no salão da loja. O consumidor apenas passa no balcão de retirada do produto. Já no caso de falta de produtos pelo "furo" na grade de numeração ou cores, o sistema multimix - também chamado de "gôndola estendida"- permite que o consumidor consulte o terminal como se estivesse comprando pelo site. Daí, ele faz o pedido na própria loja com a possibilidade da entrega em casa ou na loja.
Além dessas soluções, a boa gestão e o trabalho junto aos fornecedores podem fazer a diferença. É o caso da Lojas Lebes, que pretende manter, no segundo semestre, um crescimento de 7% nas vendas, como antecipa o presidente, Otelmo Drebes. Ele reconhece, porém, que o índice de desemprego impacta nas vendas e compromete a expectativa de uma retomada mais consistente.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, ressalta que a situação política e econômica do País ainda gera dúvidas, principalmente para a atração de novos investimentos. Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Alcides Debus, está preocupado com o quadro de desemprego - em maio, o Estado registrou 10.727 desempregados, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Embora se considere um otimista, Debus estima que o crescimento de vendas do setor será inferior a 3% na Capital, mas poderá apresentar um desempenho melhor no Interior pela receita da agricultura.
Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas Porto Alegre), Paulo Kruse, o maior problema é a alta do dólar, porque poderá puxar os preços para cima, aquecer a inflação e provocar a queda do consumo. Mas ele também projeta um crescimento em torno de 3% para o ano. O percentual é o mesmo previsto pelos supermercadistas, como informa o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo.

Setores passam por ajustes e tiram lições da crise

No mercado de veículos, houve um aumento de 21,1% nos emplacamentos no Estado nos quatro primeiros meses. Mas o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Rio Grande do Sul (Sincodiv-RS) e diretor-geral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-RS), Fernando Esbroglio, comenta que ainda é difícil avaliar a consistência da tendência de alta. No entanto observa que a crise deixa lições como a racionalização da operação e a busca de novos processos para garantir a sustentabilidade dos negócios.
Os atacadistas também procuraram se ajustar, e o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas), Zildo de Marchi, aposta em uma recuperação para "fechar o ano com bom desempenho".
A logística tem papel preponderante na busca de competitividade do varejo em geral. "É onde as empresas darão respostas mais rápidas e eficazes aos canais de distribuição, bem como produtividade e ganho por escala. Isto tudo se refletirá nos preços e margem no negócio", salienta o sócio e diretor comercial da Transportadora Minuano, Jaime Kras Borges. A empresa atua no mercado de cargas fracionadas com uma frota de 287 veículos, e ele acredita que a demanda em 2018 será melhor do que a do ano passado.