Operadora da planta de celulose em Guaíba desde 2009, a chilena CMPC completa 10 anos no Brasil neste ano. Durante o período, a empresa, considerada a maior da América Latina e uma das maiores do mundo em produção de celulose, investiu forte na expansão da planta gaúcha, construída em 1972. Dentre as mudanças, a principal foi o aumento em quatro vezes da produção, que gira em torno de 1,8 milhão de toneladas ao ano. Somente nessa ampliação, a CMPC investiu R$ 5 bilhões, com ampla geração de empregos e maior arrecadação ao Estado em impostos.
Recentemente, a empresa chilena mudou seu diretor. Assumiu Mauricio Harger que, em maio, completa um ano à frente da CMPC. Ele conta que seu principal objetivo nesses primeiros 12 meses foi melhorar a eficiência administrativa, simplificar processos e também aumentar a produção. Nesse sentido, Harger avalia os últimos 12 meses do setor de celulose e da operação do Rio Grande do Sul como excelente, acima da expectativa dele e da empresa. Um dos motivos, na visão do líder da CMPC, é a melhora da economia global e a menor dependência deste segmento da indústria da economia nacional, visto que cerca de 90% da produção é voltada para a exportação.
Sob a ótica de Harger, uma das razões pelas quais o crescimento foi acima do esperado foi o maior poder aquisitivo das pessoas. A partir disso, o setor, que produz materiais de higiene como fraldas descartáveis, guardanapos, papel higiênico até embalagens, voltadas principalmente para o e-commerce, viu sua demanda aumentar à medida em que o consumo também cresceu. "Percebemos que, aos poucos, as pessoas voltaram a consumir mais direta e indiretamente os produtos oriundos da celulose. Isso não aconteceu apenas no Brasil, mas nos países onde estamos presentes também percebemos esse movimento", afirma o diretor. Para ele, a preferência por materiais biodegradáveis também contribuiu, como no caso da proibição de canudos de plástico - os estabelecimentos comerciais substituíram por outras opções para ofertar aos clientes.
Para comemorar o aniversário de 10 anos no País, Harger afirmou que a multinacional pretende repartir com as comunidades as vitórias conquistadas durante esses períodos. Hoje, a fábrica de Guaíba conta com 2 mil colaboradores, entre diretos e indiretos, mas se for levado em conta todos os processos, desde a extração da celulose até os produtos finais, com seus devidos processos, o número pode chegar a 6 mil trabalhadores. "Queremos deixar um legado em Guaíba, de cultura, entretenimento, esporte e educação para as pessoas. É um ano de celebração para nós e nosso intuito é dividir com cada morador o que eles nos ajudaram a conseguir", explica o diretor da CMPC.
Harger não quis antecipar quais seriam essas iniciativas e onde elas acontecerão, mas promete que nos próximos meses, a empresa divulgará um calendário de aniversário e fará o comunicado para a comunidade.