O quinto debate do seminário O RS Pós-pandemia, promovido pela Assembleia Legislativa (AL), foi realizado nesta quarta-feira (3), no Teatro Dante Barone. O evento, mediado pelo presidente da Casa, deputado Gabriel Souza (MDB), abordou nesta edição "O futuro do trabalho: como a transformação digital e a pandemia impactam o rumo das profissões”, e levantou questões relacionadas ao impacto da Covid-19 no mercado de trabalho.
Transmitido pelos canais digitais do Parlamento, o encontro iniciou por volta das 18h20min, e reuniu como debatedores o secretário-adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, Ricardo Bastos, e o secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Ronaldo Nogueira - que participaram presencialmente-, e o professor titular do departamento de Economia da FEA-USP, José Paulo Chahad, o desembargador e membro da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, Luiz Eduardo Gunther, a desembargadora da Justiça do Trabalho aposentada, pesquisadora do CESIT/Unicamp e professora, Magda Biavaschi, e o presidente do Conselho Superior do Transforma RS e CEO das Empresas Randon, Daniel Randon.
Ao abrir o encontro, o presidente da AL destacou que o mundo vive um tempo disruptivo, com mudanças comportamentais que influenciam na educação, no trabalho, no consumo e nas relações. Ele enfatizou a força que as ferramentas digitais ganharam ao longo dos 18 meses de pandemia, alterando o panorama das atividades e profissões, e destacou a importância do papel do Parlamento nesse debate. "Temos preocupação em criar e transformar leis para adaptar o Estado e a legislação ao novo mundo que emerge com a pandemia", comentou.
Na sequência, o primeiro palestrante, o professor José Paulo Chahad (foto) enfatizou o custo adicional que a pandemia trouxe ao trabalho. "A gente não vê, mas ele existe. Os impactos são mais sentidos no mercado de trabalho, que acelerou muito o uso da automação e vai, a longo prazo, gerar até desigualdade salarial", disse.
Ele também abordou as dificuldades em separar as horas de trabalho, de lazer e o tempo com a família como desvantagens do home office. Para o professor, o foco também é mais complicado em casa do que no trabalho presencial. "É um processo que se autorrenova e também vai requerer expertise para lidar com a robotização e automação", comentou, abordando ainda as perdas em desenvolvimento humano em decorrência da pandemia.