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Saúde

- Publicada em 18 de Julho de 2021 às 19:40

Desigualdade marca perfil de vítimas de Covid-19 no RS

Atualmente, mais de 11 mil pessoas estão em tratamento pela doença no Estado, sendo que 1.221 estão internadas em UTIs

Atualmente, mais de 11 mil pessoas estão em tratamento pela doença no Estado, sendo que 1.221 estão internadas em UTIs


/LOUISA GOULIAMAKI/AFP/JC
A pandemia do novo coronavírus já faz parte da vida diária dos brasileiros há um ano e meio. Quando desembarcou no País, ela atingia, principalmente, pessoas das classes mais altas, que haviam viajado recentemente ou tido contato com viajantes. Com o passar do tempo, porém, foi se alastrando por toda a sociedade e o que se dizia era que a Covid-19 era democrática, atingido a todos indistintamente. Os números, porém, mostram que a doença não é tão democrática assim.
A pandemia do novo coronavírus já faz parte da vida diária dos brasileiros há um ano e meio. Quando desembarcou no País, ela atingia, principalmente, pessoas das classes mais altas, que haviam viajado recentemente ou tido contato com viajantes. Com o passar do tempo, porém, foi se alastrando por toda a sociedade e o que se dizia era que a Covid-19 era democrática, atingido a todos indistintamente. Os números, porém, mostram que a doença não é tão democrática assim.
As estatísticas da pandemia no Rio Grande do Sul mostram que, quanto maior a distância social, mais forte são os efeitos da pandemia na população. Conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), com dados até o dia 6 de julho, aqueles que não possuem escolaridade alguma têm apresentaram letalidade hospitalar 129% maior que a de pessoas com Ensino Superior no RS.
A letalidade hospitalar ficou na casa dos 21% para quem tem graduação superior no Estado. Para quem nunca frequentou a escola, ela fica por volta de 48%. Ou seja, entre aqueles que não possuem um ano sequer de ensino escolar, 48 a cada 100 hospitalizados morreram. Entre quem tem Ensino Superior, 21 a cada 100 internados perdeu a vida.
No boletim anterior, a secretaria destacava outro ponto que mostra o tamanho do impacto da desigualdade escolar e sua relação com o novo coronavírus no Estado. "Pessoas da faixa etária dos 20 a 29 anos analfabetas apresentaram letalidade hospitalar similar à de pessoas da faixa etária de 60 a 69 anos com Ensino Superior", diz o documento.
A desigualdade do impacto da pandemia também pode ser observada quando o recorte analisado é o de raça/cor. Entre as pessoas brancas, a letalidade hospitalar por Covid-19 no Rio Grande do Sul é de 34%. Entre negros, ela passa para 39%.
Nesse quesito, o boletim da SES-RS destaca uma distorção nos dados. Como possuem maior média de idade, ou seja, vivem mais, a população branca acabou mais afetada pela pandemia, que vitima mais os idosos. Ou seja, a letalidade em hospitais entre negros é maior mesmo que essa população tenha um percentual menor de pessoas com idade acima dos 60 anos.

Letalidade hospitalar por Covid-19 por nível de escolaridade no Rio Grande do Sul

Letalidade hospitalar no RS por escolaridade

Letalidade hospitalar no RS por escolaridade


/Arte/JC
Fonte: SES-RS