A UPA Zona Norte - Moacyr Scliar, localizada perto do Terminal Triângulo da Assis Brasil, passava dos 400% de lotação na noite desta quinta-feira (18), com 75 internados. Quando o Painel de Monitoramento das Emergências foi atualizado a última vez, às 6h46min desta quinta-feira, a UPA estava com 370% de lotação. Originalmente, a capacidade da unidade é de 17 leitos de observação. Porém, quando a última atualização foi feita, a UPA Zona Norte contava com 63 pessoas internadas. Dessas, 59 aguardavam internação hospitalar.
"Agora já são 75 pessoas internadas", contou a enfermeira da UPA Fabiane Avila na noite desta quinta-feira à reportagem do Jornal do Comércio. No último domingo, a UPA tinha 72 pessoas internadas, o maior número até então. Na segunda-feira, pela manhã, o painel de monitoramento das emergências marcava 71 internações e 411% de lotação. Agora, com os 75 internados, estima-se que a lotação da unidade já ultrapasse os 411% registrados na segunda-feira.
Na segunda-feira, cinco pessoas estavam em ventilação mecânica. "Saí do plantão nesta quinta-feira às 7h30min e tinha sete pacientes em ventilação mecânica", conta a enfermeira. Ela explica que a UPA deve estar sempre com as portas abertas para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). "Se tivermos 300 pacientes na UPA, temos que aceitar o novo paciente igual. Às vezes chegam duas ou três ambulâncias ao mesmo tempo e fazem uma fila no pátio, e aí nós temos que encontrar um local para deixar o paciente até que tenha leito para ele."
O médico da coordenação municipal de urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Diego Fraga, explica que as UPAs deveriam ser apenas uma unidade de transição. "Temos que trabalhar levando para UTI os pacientes graves da UPA e realocando, na medida do possível, aqueles que podem ir para a enfermaria. Conforme os leitos em hospitais vão sendo disponibilizados, vamos realocando os pacientes."
De acordo com Painel de Monitoramento das Emergências, o o Instituto de Cardiologia com 100%; o Instituto de Cardiologia com 100%; a Santa Casa com 133,3%; o Hospital de Clínicas de Porto Alegre está com 185,3% de lotação; e, por último, o Hospital da Restinga, que já registra 355,5% de ocupação. "Precisamos de leitos. Essa é a ajuda que necessitamos: agilidade de leitos", suplica Fabiane.