O governador Eduardo Leite retomou na manhã desta quinta-feira a realização das transmissões ao vivo com atualizações sobre o cenário da pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul.
Em meio a incertezas a respeito do prosseguimento da campanha de vacinação contra a Covid-19, principalmente em razão da ainda baixa disponibilidade de doesse dos imunizantes, o governador garantiu que, se for preciso, irá realizar a compra direta de vacinas para a aplicação na população gaúcha. “Asseguro: se for necessário o RS fará a compra direta de vacinas”, disse Leite.
“Acredito no programa nacional de imunização, mas não deixaremos de fazer a aquisição direta, se for o caso. O Rio Grande do Sul fará a aquisição direta da Sputnik V se for aprovada pela Anvisa e não haja compra por parte do Ministério da Saúde. Não brincamos com a vacina e não lutamos contra a vacina. Pelo contrário, queremos o RS atingindo os mais elevados níveis de vacinação. A saúde tem pressa e a economia também tem pressa. A vacina é fundamental. Tomar a vacina é um ato com alcance coletivo. A responsabilidade é coletiva”, afirmou o governador.
O governo ainda não tem claro quando o Estado pode atingir um cenário de imunização ampla da população, principalmente em razão das incertezas a respeito da chegada de quantidades maciças de vacinas. “Com os grupos prioritários sendo imunizados neste primeiro semestre, teremos uma redução clara nas internações. Esperamos que, com a velocidade da vacinação, esse primeiro semestre seja de avanços importantes em relação à proteção da nossa população”, projetou Leite. “O ano de 2021 será desafiador. Se tivermos vacina com regularidade, certamente no final do ano teremos uma população protegida com a vacina no RS”, reforçou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergman.
Ainda na apresentação, o governador anunciou que será retomada a pesquisa Epicovid-19, que realiza um levantamos da disseminação do vírus no Estado. Realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o governo, o inquérito epidemiológico terá mais duas etapas, sendo a primeira delas entre os dias 5 e 8 de fevereiro, período no qual os pesquisadores farão a coleta do teste rápido para identificar na população a prevalência. Nesta retomada, será introduzido um novo método de teste de anticorpos, que permite detectar casos mais antigos – mesmo cinco meses após a infecção - desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A segunda etapa será em abril.
Depois de um mês de dezembro que Arita classificou como “assustador” no Rio Grande do Sul, o estado vive um momento de queda nos números de internações em razão do novo coronavírus. Isso possibilitou, inclusive, que o
Estado recebesse pacientes vindos do Norte do País, especificamente de Rondônia, que, assim como o Amazonas, vive um cenário crítico em sua rede de saúde. “Temos em torno de 22% de ocupação dos leitos clínicos e foi possível organizar essa missão de recebimento de pacientes de Rondônia”, enfatizou a secretária. Nove pacientes chegaram em um voo da Força Aérea Brasileira na madrugada desta quarta-feira (27) e outros 15 devem chegar na madrugada desta quinta-feira.
O governador destacou a solidariedade gaúcha para com outros brasileiros que não conseguem ser atendidos em seus estados de origem. “Se impõe um dever de responsabilidade federativa, de atendermos regiões que não conseguem enfrentar esse momento adverso da história humanidade. Não posso administrar o Rio Grande do Sul sem me solidarizar com nossos irmãos de outros estados. Eles vêm para atendimento em leitos cínicos, que o Estado tem muita estrutura para atender, são cerca de 5 mil leitos clínicos livres. Diante da capacidade que temos, se impõe essa solidariedade”, afirmou Leite.