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Coronavirus

- Publicada em 14 de Julho de 2020 às 15:49

Pico de hospitalizações por Covid-19 em Porto Alegre será em 18 de agosto, aponta pesquisa

Se estimativa for confirmada, mais de 830 pacientes precisarão de leitos de UTI

Se estimativa for confirmada, mais de 830 pacientes precisarão de leitos de UTI


CLÓVIS DE SOUZA PRATES/HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) fizeram um estudo para estimar quando Porto Alegre chegará ao pico da pandemia. De acordo com os dados mais recentes da pesquisa, a Capital alcançaria o topo em 8 de agosto, com 43.888 casos confirmados, e, em 18 de agosto, o pico de pessoas hospitalizadas com Covid-19, totalizando 839 pacientes. Com 738 leitos de UTI adulto em operação, a estrutura hospitalar da cidade pode não ser suficiente para o pico, uma vez que, além dos internados com coronavírus - ao menos 300 -, haverá, também, os pacientes com outras enfermidades.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) fizeram um estudo para estimar quando Porto Alegre chegará ao pico da pandemia. De acordo com os dados mais recentes da pesquisa, a Capital alcançaria o topo em 8 de agosto, com 43.888 casos confirmados, e, em 18 de agosto, o pico de pessoas hospitalizadas com Covid-19, totalizando 839 pacientes. Com 738 leitos de UTI adulto em operação, a estrutura hospitalar da cidade pode não ser suficiente para o pico, uma vez que, além dos internados com coronavírus - ao menos 300 -, haverá, também, os pacientes com outras enfermidades.
Os professores da Ufrgs Carlos Schonerwald, do curso de Economia, Cristiano Lima Hackmann, da Matemática, e Jair Ferreira e Maurício Guidi Saueressig, da Medicina, se juntaram no início da pandemia para pesquisar sobre o novo coronavírus em Porto Alegre. “Existem muitos estudos sobre outras cidades e até mesmo sobre o Rio Grande do Sul, mas o propósito do CovidPOA é estudar somente os padrões da pandemia na Capital. Nosso objetivo é contribuir para a pesquisa e ajudar a esclarecer alguns pontos para a população da cidade”, explica Saueressig.
Segundo ele, a pesquisa para gerar a estimativa foi feita com base em um método utilizado para prever comportamentos de outras doenças, como a ebola, por exemplo. “Não tem como ter certeza de que chegaremos a esse número de pessoas infectadas e hospitalizadas. É apenas uma estimativa baseada em cálculos. Pode ser que o número seja maior ou, quem sabe, menor”, afirma.
Para o secretário adjunto da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Natan Katz, a pesquisa não trouxe nenhuma novidade. “São números com os quais já estávamos trabalhando desde o início da pandemia”, complementa. Ainda assim, Katz acredita que não haverá pico da doença em Porto Alegre. “Não tem como prever que agosto ou setembro será o pior mês e, depois, os números de casos reduzirão. Pode sempre haver um mês pior.”
Apesar disso, o secretário reconhece a gravidade da situação e defende a importância do isolamento social para que os números não cresçam mais. “Se a estimativa da pesquisa for confirmada, acredito que Porto Alegre não terá estrutura hospitalar para isso. Pensando nisso, a prefeitura está tomando medidas para garantir o isolamento social”, acrescenta.
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 No dia 18 de agosto, há grande possibilidade de que demanda por UTIs seja maior que a oferta. Imagem: Reprodução/CovidPoa UFRGS/JC
Às 15h30min desta terça-feira (14), a plataforma que monitora as UTIs de Porto Alegre mostrava uma ocupação de 83,47% dos leitos, sendo que dos 616 internados, havia 237 pacientes confirmados para Covid-19 e 36 com suspeita de estar com a doença.
Em entrevista recente ao Jornal do Comércio, o epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, defendeu que um lockdown é a via mais eficaz e rápida para derrubar a curva de casos.
Sauressig também acredita que a melhor maneira de evitar um pico na cidade é apostando no isolamento social. No dia 3 de julho, a prefeitura lançou o Desafio Porto Alegre: manter 55% de isolamento social diariamente, valor referência do início da pandemia. Desde então, o melhor resultado foi no dia 5 de julho, um domingo, quando atingiu 61,5%. No dia 12, a cidade alcançou 60,1%. “Desde quarta-feira (8) ou quinta-feira (9) da semana passada, nos parece que o número de internados em UTI cresceu. Mas cresceu em um menor ritmo. Talvez já seja algum efeito do distanciamento social”, aponta o pesquisador.
Outras cidades também têm adotado medidas para conter a curva. Classificada na bandeira vermelha do distanciamento controlado do Rio Grande do Sul, Novo Hamburgo também sente os efeitos da escalada de casos de Covid-19. A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, ressalta que a abertura de leitos serão insuficientes, se a população não tiver uma mudança de comportamento. 
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