No pior cenário desde a implantação do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul, 15 das 20 regiões do Estado entram preliminarmente em situação de alto risco, com classificação de bandeira vermelha. Nenhuma área gaúcha obteve melhora nos indicadores nesta rodada da avaliação e cinco regiões foram classificadas com bandeira laranja, impactadas pelo avanço da disseminação da Covid-19 e da ocupação de leitos. Prefeitos e associações podem apresentar recursos até às 6h de domingo (12), e a confirmação do mapa definitivo ocorrerá na tarde da próxima segunda-feira (13).
O resultado da 10ª rodada do distanciamento controlado afeta 84,2% da população gaúcha, mais de 9,5 milhões de habitantes, que terão mais restrições de circulação e às atividades econômicas se as classificações forem mantidas. Ao longo desta semana, seis novas regiões obtiveram classificação vermelha. Nove já estavam sob alto risco. Segundo o governo do Estado, a análise preliminar dos índices de propagação do coronavírus e de ocupação de leitos trouxe, novamente, as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeiras das Missões ao alto risco indicado na rodada anterior.
Já as regiões de Taquara, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul evoluíram de bandeira laranja para vermelha nesta rodada.Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, Bagé e Lajeado são as cinco regiões que mantiveram estabilidade e permaneceram na bandeira laranja. Embora nenhuma região tenha sido classificada com risco altíssimo (bandeira preta), também não houve registro de risco baixo (bandeira amarela) nem melhora nos índices em todo o Estado.
Dos 391 municípios que compõem as áreas com bandeira vermelha, 218 não tiveram hospitalizações e óbito por Covid-19 nos 14 dias anteriores ao levantamento, se adequando à “Regra 0-0”, que os credenciam a adotar protocolos previstos na bandeira laranja, por meio de regulamento próprio, se assim as prefeituras desejarem. Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, os protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja. São 1.280.848 pessoas (11,3% da população) nesta condição.
Após análise dos recursos apresentados, as bandeiras definitivas entram em vigor no período de 14 a 20 de julho.
Análise dos resultados
O resultado do mapa preliminar reflete o aumento dos registros de internações em UTIs e em leitos clínicos. As hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, apresentaram aumento de 6% na comparação com a semana anterior, passando de 729 para 770. Já a quantidade de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceu 11%, de 582 para 647, e as internações em leitos clínicos para pacientes com Covid-19 cresceu de 554 para 693 internações, aumento de 25%.
As internações em UTI confirmadas para Covid-19 obtiveram aumento de 21%, passando de 418 para 504. O agravamento também foi observado no número de casos ativos na última semana, que chegou a 5.126, frente aos 4.281 da semana anterior. Com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19, houve redução de 9% entre as semanas, passando de 653 para 594.
O agravamento do indicador de capacidade de atendimento (número de leitos de UTI livres para cada leito ocupado por pacientes Covid-19), no entanto, segue em ritmo acelerado, obtendo alerta máximo. Na rodada anterior, o indicador obteve bandeira vermelha e, nesta semana, a mensuração atingiu situação de bandeira preta.
Segundo o governo do Estado, mesmo com todas as ações adotadas para ampliação de leitos de UTI, o avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde e a necessidade de reforçar a conscientização da população quanto à necessidade de seguir os protocolos de distanciamento.