Federasul, Fecomércio e Federação das CDLs (FCDL) pediram que haja flexibilização das regras. O vice-presidente da Federasul, Anderson Cardoso, diz que entende a adequação do decreto, como a liberação das indústrias e construção civil, mas diz que o setor "foi pego de surpresa".
"O governo está agindo de maneira adequada, mas que dessa vez ele se equivocou", critica Cardoso. "Mais de 400 municípios não têm casos. A gente não desconhece o fato de haver assintomáticos", pondera o dirigente, que aponta o fechamento como exagerado. "Isso não tem impacto para a saúde, mas tem impacto na renda, prejudica a própria capacidade e atrapalha o governo para manter o combate à pandemia", reforça Cardoso.
A FCDL cita que o Estado tem 95 mil empreendimentos lojistas, dados de 2018, que empregavam 511 mil trabalhadores, sendo que 87,5% empregam até nove funcionários. "São majoritariamente pequenas empresas familiares, com capital de giro extremamente limitado e incapazes de sobreviver mais do que alguns dias na inatividade", alega.
Para a federação dos lojistas, o fechamento das lojas também não deveria ocorrer onde há baixo registro ou nenhum caso. "Com o cessamento da circulação de renda - mesmo com os créditos extraordinários oferecidos pelo governo federal - inúmeras falências ocorrerão nos próximos dias, gerando uma queda da empregabilidade inédita na história de nosso Estado, disseminando pobreza, fome e as doenças epidêmicas, endêmicas e sociais decorrentes dessa situação, o que inclui, inclusive, condições mais férteis para a própria propagação da Covid-19", reforça nota da FCDL, assinada pelo presidente Vitor Koch.
O Sistema Fecomércio-RS udiz que o setor terciário "vem sofrendo desproporcionalmente os efeitos das medidas para conter a epidemia da Covid-19". A federação cobra "ações enfáticas para preservar os empregos e a renda". A entidade diz que solicitou que todas as atividades comerciais possam operar com tele-entrega ou take-away (pegar e levar).
“Se a indústria e serviços essenciais podem encontrar meios de operar sem contribuir para o contágio, o comerciante também precisa ter esta oportunidade”, diz o presidente do Sistema Fecomércio, Luiz Carlos Bohn. Uma das medidas também reivindicadas é a prorrogação de seis meses no pagamento de tributos devido à queda abrupta nas receitas das empresas.