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Especiais#Cenário Digital 2019

INOVAÇÃO

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2019 às 23:00

Da fábrica de roupas para a de talentos

Ideia é ter o espaço em funcionamento até agosto

Ideia é ter o espaço em funcionamento até agosto


ESTÚDIO 254 ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO/JC
A imponente estrutura na qual funcionou, no início do século XX, uma das principais fábricas de tecidos do Estado, está prestes a ser reinventada, com um toque de tecnologia e inovação. A área da A.J Renner, indústria voltada à produção de tecidos e roupas - e que hoje é representada pelas lojas Renner, uma das líderes de varejo no Brasil -, receberá o Instituto Caldeira, um projeto idealizado a muitas mãos e que será a primeira grande iniciativa do Pacto Alegre na Capital.
A imponente estrutura na qual funcionou, no início do século XX, uma das principais fábricas de tecidos do Estado, está prestes a ser reinventada, com um toque de tecnologia e inovação. A área da A.J Renner, indústria voltada à produção de tecidos e roupas - e que hoje é representada pelas lojas Renner, uma das líderes de varejo no Brasil -, receberá o Instituto Caldeira, um projeto idealizado a muitas mãos e que será a primeira grande iniciativa do Pacto Alegre na Capital.
Localizado no bairro Navegantes, Zona Norte de Porto Alegre, o espaço toma conta de um quarteirão inteiro, composto pelas ruas Frederico Mentz, Lauro Müller e Beirute, e travessa São José. Hoje, algumas empresas e uma universidade operam em parte dessa estrutura, e o local onde será instalado o instituto era, anteriormente, utilizado por um call-center de uma operadora de TV a cabo e telefonia. Serão destinados 12 mil metros quadrados para a operação de 30 empresas fundadoras na primeira etapa do projeto e oferecidas 500 posições para as startups se instalarem, ao preço de R$ 100,00 mensais.
Um dos idealizadores do projeto, Frederico Mentz Renner, revela que a ideia de criar o instituto surgiu a partir de uma dificuldade em outro projeto semelhante, tocado por alguns dos atuais parceiros, como Marciano Testa, CEO do Agibank. "O Marciano queria implementar um projeto na região da Usina do Gasômetro, mas alguns empecilhos travaram o avanço. Como eu já tinha a ideia de fazer algo parecido nessa área, nos aproximamos, e sugeri a ideia", explica Renner. Ao lado de Testa, ele terá a parceria de alguns nomes conhecidos do empresariado gaúcho, como José Galló e Aod Cunha.
A ideia é ter o espaço em pleno funcionamento até agosto. Serão investidos cerca de R$ 6 milhões, valor captado entre as empresas fundadoras para reformas e criação de espaços que interliguem as empresas e gerem as experiências propostas. Renner ressalta que as startups serão selecionadas a partir de um cadastro prévio, e imagina o local como uma referência no quesito inovação, por possibilitar a evolução dessas empresas sem a necessidade de sair desse quarteirão. Isso porque a área disponibilizada é inicial, e outras serão oferecidas à medida que houver crescimento. "Temos outros prédios dentro desse complexo desativados. Eles servirão para expandir o instituto, seja com novas empresas ou com a expansão delas", explica.

Depósito vira espaço para empreender

Poa.hub comporta até 30 posições de trabalho

Poa.hub comporta até 30 posições de trabalho


CLAITON DORNELLES /JC
Uma área antigamente usada como depósito pela Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) se transformou, desde 2017, em um espaço destinado ao empreendedorismo e à inovação no município. O poa.hub se estabeleceu no bairro Azenha com o intuito de fomentar o crescimento de novas empresas em um espaço público, de maneira gratuita e com a oportunidade de trazer, além do retorno para as próprias empresas, soluções para a cidade.
Desde a sua criação, 118 empresas já passaram pelo local. O coordenador do espaço, Wagner Bergozza, conta que, semanalmente, cerca de 20 startups disputam as 30 posições de trabalho disponíveis no ambiente, sempre em busca de validar suas ideias e modelos de negócio, sobretudo com a troca de experiências com outros empreendedores. Além da sala destinada aos postos, há, também, um laboratório de testes e uma outra área voltada aos eventos e também discussões por parte das equipes.
O coordenador entende que o espaço é como se fosse uma "fase zero" de criação das empresas. Após fazerem um cadastro e se encaixarem dentro dos parâmetros necessários para obter a autorização e ingressar no poa.hub, as startups podem utilizar da estrutura. O valor de manutenção do prédio é arcado pela prefeitura - como funcionários, luz e água -, mas as empresas podem usar órgãos e entidades públicas para testar suas iniciativas.
Uma das empresas instaladas no poa.hub é a Agenciou. A startup, que surgiu em Porto Alegre, decidiu expandir suas operações para São Paulo e Canoas. A empresa criou uma plataforma tecnológica para compilar anúncios dos imóveis com fotos e informações, e entregá-los para imobiliárias locais, com ficha cadastral e fotos dos ambientes. O objetivo é facilitar a vida do proprietário, que não precisa ir em vários estabelecimentos, e dos corretores, pois já têm tudo o que precisam na compilação feita pela startup. A empresa já conta com mais de 70 imobiliárias parceiras nas duas cidades gaúchas e pretende ampliar o número de municípios neste ano.

Idealizadores também pedem revitalização da região

As transformações nos prédios tomarão conta de áreas icônicas do antigo complexo industrial. O local onde fica a caldeira - que já foi uma danceteria e até um restaurante - receberá uma roupagem diferente e passará a ser um centro de eventos do instituto. Além disso, na área de operação das empresas, um visual mais aberto será implementado, com a remoção de paredes e ligação entre os ambientes. "Queremos que as pessoas e as empresas se enxerguem aqui dentro, sem obstáculos, que possam transitar livremente", conta Frederico Mentz Renner, um dos idealizadores do projeto.
Mesmo com a chegada de empresas de vários ramos - como comércios, serviços, instituições de ensino, bancos, entre outros - para juntas crescerem e criarem soluções tanto para si quanto para a sociedade, Renner e os demais idealizadores do instituto entendem que também é preciso ter um cuidado do poder público com setores importantes, como infraestrutura, segurança e habitação, para criar uma restauração ordenada do chamado 4º Distrito. Para ele, essa aproximação irá potencializar os resultados do Instituto Caldeira. "Seria ótimo para esses empresários se pudessem se divertir e morar próximo de onde trabalham. As áreas do 4º Distrito ainda têm um valor menor em relação a pontos consagrados da cidade, e isso pode ajudar nesse desenvolvimento", avalia.