Depois de Osório ser alvo de proposta para instalar um teleférico, Porto Alegre também recebeu oferta de ter um equipamento interligando área central, zona leste e orla do Guaíba. O meio de transporte é sugerido como uma alternativa para mobilidade, além do apelo turístico em algumas áreas incluídas no trajeto.
O projeto foi mostrado pela Connect Global AD em 13 de novembro ao prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, logo após o lançamento da
consulta pública para a concessão do Parque da Harmonia, no começo deste mês. O CEO da Connect Global, Tiago Lentz Dias, apresentou imagens de onde ficaria o meio de transporte.
O projeto vem sendo estudado em parceria com a Poma do Brasil Teleféricos e Funiculares, ligada ao grupo francês Poma, que fabrica equipamentos na área e forneceu as unidades instaladas na área do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, inaugurado para a Olimpíada de 2016 e mas parado há três anos, e Medellín, na Colômbia.
Em
Osório, primeira cidade que Dias levou a ideia, também há a chancela da Poma. Na cidade do Litoral Norte, a ligação uniria uma rampa do Morro da Borússia, que já é um tradicional ponto turístico da cidade e com vista para a costa, a uma área onde seria construído um complexo com hotel e serviço de saúde, segundo proposta a Connect Global.
Fabricante francês que analisa projeto para Porto Alegre instalou teleférico no Complexo do Alemão. Foto: Agência Brasil
O teleférico na Capital gaúcha seria composto de uma linha de cabos conectando universidades e hospitais, passando por cima do Arroio Dilúvio, descreve Dias.
A primeira etapa, com 13 quilômetros de extensão,partiria do Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), no bairro Agronomia, passando por 13 estações. Os terminais percorrendo a extensão da avenida Ipiranga conectariam pontos como Pucrs, Hospital de Clínicas e Palácio na Polícia, dobrando na avenida João Pessoa e terminando na Santa Casa de Porto Alegre. Para esse trecho, o investimento seria em torno de R$ 200 milhões.
Uma segunda etapa, com cinco quilômetros, é projetada para seguir do Arroio Dilúvio em direção à orla do Guaíba e até a Fundação Iberê Camargo, em vez de seguir em direção ao Centro Histórico.
O CEO da Connect Global conta que a oportunidade de mostrar o projeto surgiu com o lançamento do Pacto Alegre, iniciativa que une universidades, governo, setor privado e entidades não governamentais para pensar estratégias para a cidade. A aceleradora apresentou a fabricante Poma à prefeitura da Capital para alinhar a ideia. O desenrolar do projeto ainda depende de negociações futuras.
Para Dias, o teleférico de Porto Alegre abre a possibilidade para uma conversa também sobre a despoluição do Arroio Dilúvio. "Queremos, de alguma forma, despoluir o local. A gente costuma dizer que é futurista, vemos as coisas no mundo e queremos trazer para Porto Alegre."
A Connect Global também está em contato com fabricantes de roda-gigante interessados na instalação do equipamento na orla 2 do Guaíba, na Capital. Uma roda-gigante de 80 metros de altura foi incluída nos itens que deverão ser colocados por quem vencer a concessão, que deve ser lançada em dezembro.
Mais candidatas a estudar a implantação de teleféricos
Teleféricos entraram no radar de outras prefeituras gaúchas. Nesta quinta-feira (28), evento no Tecnopuc, em Porto Alegre, vai reunir a Poma, a aceleradora do projeto e gestores de municípios que querem saber mais sobre este tipo de equipamento.
Representantes de prefeituras da Capital, Torres, Osório, Tramandaí, Imbé, Bento Gonçalves, Garibaldi, Estrela, Lajeado, Encantado e Caxias do Sul confirmaram presença no evento organizado pela Poma e Connect Global. O grupo francês, esclarece Dias, "contribui com estudos" sobre o transporte sem custos.
Já na área de concessão de área para setor privado, que pode ser uma alternativa para viabilizar o teleférico, a Capital vai conceder a
orla 1 e 2, com edital esperado para dezembro e onde é prevista uma
roda-gigante de 80 metros. A roda-gigante chegou a suscitar uma alternativa. Em vez vez do equipamento, a área
poderia abrigar uma cuia gigante, remetendo ao hábito e cultura gaúcha do chimarrão.
A orla 3 está sendo executada por um grupo português, com recursos de financiamento repassados ao município.