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PIB do RS tem queda de 3,8% no primeiro trimestre de 2022
Estiagem puxou a redução na produção agropecuária
A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 3,8% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com os últimos três meses de 2021. A retração do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado no período foi puxada pelas baixas observadas na agropecuária (-28,1%) e na indústria (-1,4%), enquanto os serviços tiveram variação positiva de 0,3%. No Brasil, o PIB apresentou alta de 1,0% no primeiro trimestre na mesma base de comparação.
Os resultados do PIB do RS foram divulgados em videoconferência nesta terça-feira (21) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Os resultados do PIB do RS foram divulgados em videoconferência nesta terça-feira (21) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
A grande responsável por essa queda no PIB gaúcho foi a quebra de safra de verão ocasionada pela estiagem. A queda no setor agropecuário foi de 28,1% em comparação aos três últimos meses do ano passado e de 41,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2021.
"A soja nem é a principal cultura do primeiro trimestre. É o arroz. Mas ela caiu tanto que contribuiu para a redução do PIB", aponta Vanessa Sulzbach, chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE/SPGG, responsável pela elaboração do PIB.
O arroz também apresentou queda, de 10,6%. Porém, as maiores quedas foram, de fato, na soja (-53,5%), no milho (-31,1%) e na uva (-23,4%). O fumo caiu 15%.
É praticamente certo que os efeitos da estiagem continuem afetando o desempenho da economia gaúcha no segundo trimestre, de forma até mais intensa do que o observado no primeiro. "Provavelmente, com quase 100% de chance, vai ter efeito no segundo trimestre também", afirma Sulzbach.
O secretário de planejamento, Claudio Gastal, destacou que, além dos desempenhos ruins da indústria e principalmente da agropecuária, a queda ocorre com uma base alta após um bom quatro trimestre de 2021 da economia gaúcha. "Não adianta só olhar foto, precisamos olhar o filme como um todo. No ano passado tivemos uma alta e comentamos a mesma coisa. Temos uma base alta de 2021 e uma estiagem que começa a afetar. No segundo trimestre, deve ter queda ainda maior, devido a alta do ano passado no segundo trimestre", afirmou.
Segundo ele, o governo ainda busca soluções para as intempéries climáticas que afetam as lavouras do Estado de forma recorrente, em meio a uma economia cada vez mais dependente da agropecuária. "Uma das coisas que governo tem feito é a discussão sobre a irrigação e a busca de acordos com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério Público (MP) de tirar obstáculos sobre a questão de reservação de água", disse Gastal.
Quando a base de comparação é o mesmo trimestre do ano passado, o PIB do RS também registrou queda, de 4,7%, enquanto no país a alta no período foi de 1,7%.
No acumulado dos últimos quatro trimestres, em comparação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, o Rio Grande do Sul continua com um desempenho positivo de 7,6%, após um segundo semestre de 2021 de recuperação econômica após a grande queda do PIB ocasionada pela pandemia de Covid-19.
“O ano de 2022 iniciou com uma severa seca no Estado, que já se reflete nos dados do primeiro trimestre e se estenderá para os resultados do segundo trimestre desse ano. As bases de comparação mais altas, tanto do quarto trimestre do ano passado como do primeiro ajudam a explicar as variações negativas na margem e na comparação trimestral, sobretudo no caso da agropecuária e da indústria. Por outro lado, o setor de serviços tem se mantido estável, mesmo em meio ao cenário de inflação alta e juros em elevação, com manutenção da recuperação do segmento de Outros serviços, duramente afetados pela pandemia, e de Transporte, armazenagem e correio”, resumiu Sulzbach.
Indústria apresenta queda de 1,4% e setor de serviços se mantém estável
A indústria gaúcha apresentou queda de 1,4% no primeiro trimestre de 2022, em comparação aos três primeiros meses de 2021. O desempenho da indústria de transformação, a mais representativa indústria do Estado, com queda de 1,8%, e do segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,6%), que também foi afetado pela estiagem, foram os responsáveis pela baixa.
Nos serviços, o comércio apresentou baixa (-2,0%), enquanto outros serviços (+0,8%), atividades imobiliárias (+1,3%) e o setor de transportes, armazenagem e correio (+1,0%) tiveram destaque positivo.
Na indústria, a baixa foi de 1,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-7,6%) e a indústria de transformação (-3,7%), as mais representativas do segmento, tiveram fortes perdas, enquanto os setores de construção (+8,4%) e a indústria extrativa mineral (+5,5%) registraram crescimento entre janeiro e março.
Especificamente na indústria de transformação, nove das 14 atividades industriais apresentaram resultado negativo. Entre elas, a de couros, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-15,7%), móveis (-14,6%) e produtos de borracha e material plástico (-10,8%). Já entre as altas, destacaram-se produtos do fumo (+16,2%), e produtos químicos (7,8%), segmentos impulsionados pela exportação, e bebidas (+11,5%).
Na indústria, a baixa foi de 1,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-7,6%) e a indústria de transformação (-3,7%), as mais representativas do segmento, tiveram fortes perdas, enquanto os setores de construção (+8,4%) e a indústria extrativa mineral (+5,5%) registraram crescimento entre janeiro e março.
Especificamente na indústria de transformação, nove das 14 atividades industriais apresentaram resultado negativo. Entre elas, a de couros, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-15,7%), móveis (-14,6%) e produtos de borracha e material plástico (-10,8%). Já entre as altas, destacaram-se produtos do fumo (+16,2%), e produtos químicos (7,8%), segmentos impulsionados pela exportação, e bebidas (+11,5%).
"A indústria apresentou queda sobretudo porque estava com uma base boa no final do ano passado. A grande influência é da indústria de transformação. A mensagem boa do lado da indústria é que a construção civil, que passou o ano todo se recuperando, continuou crescendo na margem. O setor, demorou para se recuperar, mas vem conseguindo", coloca Vanessa Sulzbach, chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE/SPGG, responsável pela elaboração do PIB.
Ainda na comparação aos três primeiros meses de 2021, o setor de serviços registrou alta de 3,7%, mesmo percentual do setor no país, com destaque positivo para outros serviços (+9,5%), transportes, armazenagem e correio (+9,3%) e serviços de informação (+7,0%).
Do outro lado do ranking, intermediação financeira e seguros (-1,3%) e o comércio (-0,4) puxaram as baixas. Entre as atividades comerciais, o comércio de veículos (-20,7%), material de construção (-11,1%) e equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (-24,2%) registraram as maiores quedas, enquanto as vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (+30,6%), tecidos, vestuários e calçados (+32,1%) e hipermercados e supermercados (+6,2%) foram algumas das atividades em alta.