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Planta de etanol da BSBIOS deve suprir mais de 20% da demanda do RS
Investimento da empresa em nova unidade chegará a R$ 516 milhões
Tradicional produtora de biodiesel, a gaúcha BSBIOS decidiu ampliar o leque de atuação dentro do setor de biocombustíveis e também fabricará etanol. A meta da empresa é suprir, a partir de 2027, cerca de 23% da demanda de álcool apresentada no Rio Grande do Sul, que é atualmente de 916 milhões de litros ao ano, sendo 882 milhões de litros de etanol anidro (que é misturado na gasolina) e 34 milhões de litros de hidratado (aproveitado diretamente como combustível).
A construção da unidade, que ficará localizada no km 316 da BR-285, em Passo Fundo, será dividida em duas etapas, uma prevista para ser concluída em 2024 e outra em 2026. O investimento estimado na fase inicial do empreendimento é de R$ 316 milhões, considerando o aporte na fábrica, armazenagem e cogeração de energia elétrica, e, na segunda etapa, serão mais R$ 200 milhões.
Em um primeiro momento, a planta terá uma capacidade para 111 milhões de litros de etanol ao ano e um consumo para atingir a essa fabricação de aproximadamente 750 toneladas ao dia de cereais em geral. Esses números dobrarão no passo seguinte do projeto, chegando a 220 milhões de litros de combustível anualmente e 1,5 mil toneladas diárias de matéria-prima.
O CEO da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, detalha que a estrutura poderá trabalhar com diversos tipos de cereais como, trigo, milho, triticale e sorgo. O executivo participou nesta segunda-feira (20) da assinatura de protocolo de intenções sobre o empreendimento com o governo do Estado celebrada no Palácio Piratini. Ele adianta que, após a assinatura do documento, o próximo passo é encaminhar o processo de licenciamento ambiental.
Com o protocolo firmado, Battistella detalha que a empresa poderá acessar o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Etanol (Pró-Etanol/RS), que prevê benefícios fiscais para iniciativas nessa área. A companhia também terá a possibilidade de contar com os incentivos do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem) para o projeto.
Na operação, o complexo da BSBIOS deverá gerar cerca de 150 empregos diretos e mais de 1 mil indiretos. Durante a construção, serão proporcionados mais de 2 mil postos de trabalho. “Como estamos fazendo o acordo com o governo do Estado para adquirir o máximo possível de equipamentos dentro do Rio Grande do Sul, vamos gerar ainda mais empregos aqui na parte de metalurgia e de obras civis”, diz Battistella.
Além da fabricação do biocombustível, a atividade resultará na produção de farelo que poderá ser destinado à alimentação de aves, suínos, mas principalmente para bovinos de leite e de corte. Serão atingidas cerca de 70 mil toneladas ao ano de farelo na primeira fase do projeto e 155 mil toneladas na segunda etapa.
O CEO da BSBIOS destaca que o empreendimento simbolizará um novo momento do etanol no Rio Grande do Sul, assim como aumentará a produção agrícola local de cereais.
A empresa acertou uma parceria com a Biotrigo Genética, que atua com o melhoramento genético de trigo e que está trabalhando no desenvolvimento genético de duas cultivares exclusivas para a produção de etanol.
As variedades, por possuírem elevados níveis de amido, são ideais para a produção do biocombustível. O governador Ranolfo Vieira Júnior ressalta que o empreendimento da BSBIOS, além de criar emprego e renda, segue a linha das ações sustentáveis. “Há um imenso potencial para a produção de etanol no Estado”, enfatiza o governador.
Estado produz apenas 1% do álcool combustível consumido
Atualmente, cerca de 99% do etanol consumido no Rio Grande do Sul é oriundo de outras regiões. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin, comenta que, dentro desse cenário, o Estado deixa de arrecadar cerca de R$ 600 milhões em ICMS ao ano.
Ele acrescenta que a vinda do álcool de pontos mais distantes acaba onerando o frete e, por consequência, também o valor da gasolina, já que o etanol anidro é adicionado na composição da fórmula desse combustível. Por sua vez, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, salienta que o Rio Grande do Sul tem mais vocação para a produção do etanol a partir de cereais do que pela cana-de-açúcar.
Ele acrescenta que o fato desse mercado agora estar na mira de uma companhia do porte da BSBIOS passa mais credibilidade quanto ao prosseguimento das iniciativas nessa área. “É uma empresa posicionada no Rio Grande do Sul, de relevância, e dá segurança de que o acordo firmado será executado”, aponta Lemos.
Ele acrescenta que a vinda do álcool de pontos mais distantes acaba onerando o frete e, por consequência, também o valor da gasolina, já que o etanol anidro é adicionado na composição da fórmula desse combustível. Por sua vez, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, salienta que o Rio Grande do Sul tem mais vocação para a produção do etanol a partir de cereais do que pela cana-de-açúcar.
Ele acrescenta que o fato desse mercado agora estar na mira de uma companhia do porte da BSBIOS passa mais credibilidade quanto ao prosseguimento das iniciativas nessa área. “É uma empresa posicionada no Rio Grande do Sul, de relevância, e dá segurança de que o acordo firmado será executado”, aponta Lemos.