Primeiro-ministro de Portugal defende acordo União Europeia-Mercosul

Chefe de governo do país ibérico discursou na abertura da Feira de Hannover

Por Guilherme Kolling

Antônio Costa defendeu que cooperação global é estratégica para a autonomia da UE
País parceiro da edição deste ano da Feira de Hannover, Portugal está representado pelo seu primeiro-ministro, Antônio Costa, e uma grande delegação de empresas. A nação ibérica foi destacada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, como um dos epicentros de startups e do cenário de inovação na Europa.
Costa, em sua fala, fez uma viagem ao passado, lembrando feitos dos portugueses em descobertas além-mar, e comparações para mostrar a criatividade e a inovação dos seus compatriotas. Em um salto para o presente, elencou dados impressionantes da evolução da tecnologia industrial portuguesa, como o de que um terço de todas as exportações do país são de produtos de inovação e tecnologia.
Após citar outros fatores positivos no atual momento, como inflação baixa, maior crescimento da Europa, finanças públicas sólidas e estabilidade política, fez coro à necessidade de acelerar as transformações energéticas, em busca de fontes mais sustentáveis, bem como reforçou críticas à invasão da Rússia na Ucrânia.
Neste aspecto, analisou a importância do comércio exterior para as nações e sustentou que é preciso organizar melhor o comércio global, apontando que, por este caminho, a Europa poderá ter autonomia estratégica, notadamente em um cenário de sanções e certa dependência da Rússia.
Citou o exemplo de Portugal, que busca ampliar relações com todos os continentes. Foi a deixa para o primeiro-ministro português defender que a União Europeia avance em acordos comerciais que estão parados. “O principal, como sabemos, é o acordo com o Mercosul”, finalizou, reiterando a importância de destravar a cooperação com o bloco de países da América do Sul.