Uruguai está otimista com a hidrovia da Lagoa Mirim

Delegação do país esteve nesta segunda-feira na sede do Jornal do Comércio

Por Osni Machado

Delegação aposta na implementação do modal entre os países
O governo do Uruguai está muito confiante e otimista com o projeto de concessão da Hidrovia da Lagoa Mirim. De acordo com a cônsul geral do Uruguai no Rio Grande do Sul, Liliana Buonomo, nos últimos dois anos, ocorreu um grande alinhamento de ideias entre o Brasil com o país vizinho para a chamada hidrovia Brasil-Uruguai, o primeiro do transporte hidroviário qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos com o objetivo de estabelecer um trânsito de embarcações para escoamento de produtos até o porto de Rio Grande.
"Na segunda-feira, nós tivemos uma audiência com a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Marjorie Kauffmann. Na oportunidade, foi lembrado que, em 8 de outubro do ano passado, ocorreu a celebração dos 60 anos de uma ata assinada pelos presidentes do Uruguai e do Brasil, com o compromisso de implementar a hidrovia da Lagoa Mirim e passado todo esse tempo nunca foi implementada a obra de maneira sustentável", lembrou a cônsul.
De acordo com Liliana, neste último um ano e meio, houve muitos avanços para que a hidrovia se transforme em uma realidade. Com o empreendimento, principalmente, o lado Norte do Uruguai deverá ter um desenvolvimento, favorecendo a economia, reduzindo em quase 400 quilômetros o transporte de grãos, calcário e outras mercadorias até o porto. Com o transporte pela Lagoa Mirim, uma barcaça poderá levar o equivalente a 30 caminhões carregados. Liliana diz que o projeto traz sustentabilidade para os dois países, uma vez que também deve beneficiar o desenvolvimento do lado Sul do Rio Grande do Sul através de novas oportunidades.
Segundo Geraldo Acosta Terra, integrante da delegação uruguaia, estudos de batimetria, ou seja, análise para estabelecer a profundidade da Lagoa Mirim, já foram realizados, mostrando a viabilidade da hidrovia. E desde 2021 estão ocorrendo estudos para viabilizar as Parcerias Público Privadas. "Não adianta os acordos estarem assinados apenas no papel se não houver (esforço) público-privado. Desde o ano passado, esta obra está inclusa na parceria público-privada. Não é uma obra muito grande, ela é uma obra de R$ 100 milhões e corresponde a uma extensão de oito quilômetros, de dragagem", explica a cônsul.
É uma obra que permite uma melhor ligação entre a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos e terá um prazo de concessão de 30 anos. E também está previsto um primeiro pedágio em uma hidrovia. A cônsul Geral do Uruguai, Liliana Buonomo, acompanhada por Geraldo Acosta Terra e por Williams Morales, membro delegado da comisión Mixta Uruguayo-Brasileña para el Desarrollo de la Cuenca de la Laguna Merin, esteve em visita ao Jornal do Comércio, e foram recebidos pelo diretor de operações, Giovanni Tumelero, e pelo diretor-presidente, Mércio Tumelero.