Nove meses após ter sido
concedida à iniciativa privada pela prefeitura, a área que abrigava o antigo orquidário do Parque da Redenção, em Porto Alegre, já ganha ares de complexo de lazer e gastronomia. Atrás dos tapumes que cercam a obra, o Refúgio do Lago começa a tomar forma. No local, contêineres já estão estruturados para receber o mix de operações locais que integrará restaurantes, cafeteria, pizzaria, sorveteria e um bar, reaproximando ainda mais os porto-alegrenses da nobre área verde do parque. A previsão dos empreendedores do estabelecimento é iniciar as atividades entre o final de abril e o início de maio.
A obra começou em meados de dezembro de 2021 e está na etapa final, com instalação do piso e brita, aguardando para a organização dos contêineres e colocação de mesas e ombrelones. Com mil metros quadrados, a área - localizada entre o espelho d'água e o lago do parque- também terá banheiros públicos, palco para apresentações acústicas, espaços pet e kids, estacionamento para bicicletas, área para chimarrão e descanso, iluminação e segurança 24 horas. A capacidade do local permitirá receber entre 300 e 400 pessoas sentadas ao ar livre, tanto em frente aos contêineres quanto em suas áreas superiores, que serão ocupadas como mezaninos.
Construção do empreendimento iniciou em meados de dezembro. Fotos: IOPARK/DIVULGAÇÃO/JC
O projeto vem sendo tocado pela IOPARK, que reúne quatro empresários das áreas de gastronomia e eventos da Capital, e surgiu com o intuito de ofertar um novo espaço para escapar da correria diária, englobando alimentação, lazer e convivência com a Redenção, em segurança. "Nossa intenção foi oferecer realmente um refúgio em meio à natureza do parque, mantendo totalmente a preservação da área, que estava praticamente abandonada. Será uma área familiar, onde as pessoas poderão comer, relaxar e conviver", destaca Pedro Santarem, um dos sócios.
A concessão, autorizada em julho do ano passado, tem outorga de R$ 20 mil e prazo de cinco anos- com possibilidade de renovação por mais cinco-, e inclui investimentos mensais dos empreendedores em melhorias e manutenção da área. Os cuidados com a preservação, inclusive, são prioridade do projeto, que tem sido alvo de críticas isoladas nas redes sociais, por pessoas que condenam a intervenção no parque.
A esse grupo, Santarem assegura que nenhuma modificação foi feita na área original em função do empreendimento, construído em uma clareira do que sobrou do antigo orquidário, demolido pela administração municipal em 2018, após ter sido parcialmente destruído por um temporal, em 2016.
Segundo ele, o projeto tem o cuidado de "abraçar" as árvores, contornando os troncos para a colocação da estrutura, que utiliza materiais que conversam com o ambiente, como madeira e ferro. As poucas árvores retiradas, mais recentemente, foram decisão da prefeitura, em função dos temporais do início de março.
Projeto reúne bar, restaurantes e serviços de lazer e convivência na área do antigo orquidário do parque
"A natureza do entorno e as árvores que cercam a área são ativos do projeto, não derrubamos nada. Tanto que fizemos questão de utilizar os mezaninos para permitir maior apreciação da copa das árvores e aproximar ainda mais as pessoas da natureza", explica.
Reativação de serviços e melhorias na Redenção vêm sendo notadas pelos visitantes desde o final do ano passado, quando os
tradicionais pedalinhos do lago voltaram a operar, em outubro, também após o lançamento de licitação para exploração comercial da área.
Ainda falta ser retomado o funcionamento do trenzinho que circula no parque, e que será operado pela mesma empresa responsável pelos pedalinhos, a Sólidos Equipamentos Infantis. Para os dois serviços a outorga concedida teve valor de R$ 15,2 mil. Segundo a representante da empresa, Isabel Sokolnik, a previsão é de que o veículo volte a passear pelo parque a partir de 15 de abril.