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Energia

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2022 às 18:26

Geração elétrica a partir do biogás triplica no País em dez anos

Maior parte das unidades é alimentada com resíduos da agropecuária

Maior parte das unidades é alimentada com resíduos da agropecuária


Jean Carlos Vilas Boas/Divulgação/JC
Jefferson Klein
Um combustível incipiente no Brasil, o biogás (produzido a partir de matéria orgânica) tem demonstrado um excelente potencial de crescimento. Uma prova disso é que entre os anos de 2009 e 2018, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir desse biocombustível saltou de 45 MW para 140 MW (cerca de 4% da demanda elétrica média do Rio Grande do Sul).
Um combustível incipiente no Brasil, o biogás (produzido a partir de matéria orgânica) tem demonstrado um excelente potencial de crescimento. Uma prova disso é que entre os anos de 2009 e 2018, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir desse biocombustível saltou de 45 MW para 140 MW (cerca de 4% da demanda elétrica média do Rio Grande do Sul).
Em 2019, eram 521 plantas de biogás no Brasil, com 80% dessas estruturas alimentadas por rejeitos da cadeia agropecuária, 12% da indústria e 8% de resíduos sólidos urbanos e estações de tratamento de esgoto. Contudo, se for considerado o volume de biogás gerado, apesar de constituírem o menor número, as unidades que aproveitam os resíduos sólidos urbanos e rejeitos das estações de tratamento de esgotos responderam por 76% do biogás produzido naquele ano, contra 12% da agropecuária e outros 12% da indústria. Ainda em 2019, a geração total de biogás no País foi de cerca de 1,3 bilhão de metros cúbicos.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (23), durante o webinar “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Biogás no Sul do Brasil”. A atividade foi um dos eventos prévios ao 4º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, que ocorrerá de 12 a 14 de abril, em Caxias do Sul. “A gente tem percebido o crescimento do potencial de produção de biogás e das plantas instaladas”, ressalta o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Thiago Edwiges, um dos participantes do encontro virtual.
Ele acrescenta que a pesquisa pode ser uma ferramenta para potencializar a propagação do biocombustível no País. Já o professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Robson Bohrer, destaca que a região Sul do País tem uma excelente oportunidade de geração de biogás através dos dejetos de produções de suínos, gado e aves. Ele lembra que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentram cerca de 70% da suinocultura nacional e a utilização dos rejeitos para a geração de biogás significa ainda uma solução ambientalmente adequada para esses resíduos.
Particularmente no território gaúcho, Bohrer ressalta que as áreas Norte e Noroeste têm potencial para alcançar um patamar na ordem de 100 mil metros cúbicos por dia de biogás. “Teoricamente, estamos em uma mina de biogás, por que não aproveitá-la?”, indaga. Ele recorda que o Brasil é signatário do acordo global de redução de gases de efeito estufa e o biocombustível ajudaria a atingir essa meta. “A nossa matriz elétrica tem que ser cada vez mais limpa, esse é o nosso objetivo”, enfatiza a professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS), Luciane Canha. Ela acrescenta que o avanço da eletromobilidade é um dos fatores que deve valorizar o biogás nacional.
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