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Economia

- Publicada em 30 de Dezembro de 2021 às 16:05

Governo projeta redução no litro da gasolina de até R$ 0,44 com fim das alíquotas majoradas de ICMS

Além de combustíveis, energia e teles terão diminuição tributária

Além de combustíveis, energia e teles terão diminuição tributária


MARIANA ALVES/JC
A partir de sábado (1), milhares de produtos terão redução de ICMS no Rio Grande do Sul com o fim das alíquotas que estavam majoradas desde 2015. Segundo a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o consumidor deverá sentir efeitos na diminuição de preços nos principais itens de consumo caso essa redução seja repassada pelas empresas aos preços finais. Um dos itens em que a redução melhor poderá ser percebida é na gasolina comum, que deve ter uma diminuição de R$ 0,44 por litro passando a alíquota de 30% para 25%.
A partir de sábado (1), milhares de produtos terão redução de ICMS no Rio Grande do Sul com o fim das alíquotas que estavam majoradas desde 2015. Segundo a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o consumidor deverá sentir efeitos na diminuição de preços nos principais itens de consumo caso essa redução seja repassada pelas empresas aos preços finais. Um dos itens em que a redução melhor poderá ser percebida é na gasolina comum, que deve ter uma diminuição de R$ 0,44 por litro passando a alíquota de 30% para 25%.
O chamado preço de pauta, ou PMPF (Preço Médio Ponderado a Consumidor Final), sobre o qual incidem as alíquotas de ICMS, foi congelado pelos estados por 90 dias após aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Com isso, mesmo que haja alta nos preços do petróleo, o preço sobre o qual incidirá o ICMS permanece o mesmo desde 31 de outubro até 31 de janeiro. Porém, no Rio Grande do Sul, esse preço cairá com a redução das alíquotas de ICMS, o que deve contribuir ainda mais para mitigar o aumento recente dos preços.
“Essa redução ocorre num momento em que o preço de itens de consumo tem crescido muito no Brasil, ocasionado especialmente pelo valor do dólar e pela inflação que afetam o bolso dos cidadãos. As alíquotas de ICMS de combustíveis permaneceram inalteradas nos últimos anos e ainda terão redução em janeiro de 2022, o que não ocorrerá em outros estados”, avalia o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso. O preço de pauta da gasolina comum está congelado no Estado em R$ 6,6210 o litro desde o final de outubro. Considerando a queda das alíquotas, o PMPF cai para R$ 6,1796 a partir de janeiro, conforme já publicado pela Receita Estadual.
Já o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, prefere falar em percentual ao invés de um valor fixo de redução do preço da gasolina. Ele estima que a mudança da alíquota do ICMS possa implicar uma diminuição de 5% do custo da gasolina na bomba, porém o dirigente frisa que essa questão dependerá da realidade de cada posto.
Dal’Aqua acrescenta que o tempo para o consumidor sentir esse reflexo dependerá do ajuste dos estoques das distribuidoras e dos revendedores o que, em média, leva entre dez a quinze dias. “Vai ter uma redução de custo de 5% e na sequência vai chegar ao consumidor, mas não conseguimos estipular R$ 0,44, essa é uma estimativa que o governo fez”, reforça o presidente do Sulpetro.
O que muda em combustíveis
As alíquotas de gasolina e álcool caem de 30% para 25% no Estado, equiparando-se ao praticado na maior parte do Brasil. A partir de janeiro, o Rio Grande do Sul passa a se inserir no grupo de outros sete estados com as menores alíquotas do País para gasolina e álcool (25%). O Estado hoje já está entre os menores também no diesel (12%).
O que muda na alíquota modal, ou geral de ICMS
A partir de janeiro, centenas de produtos, como vestuário, calçados, eletrônicos e eletrodomésticos, também terão redução de impostos. Isso ocorre porque a alíquota modal, ou geral de ICMS, que já caiu de 18% para 17,5% em 2021, passará para 17% a partir de janeiro de 2022. Assim, o Estado também se equipara a outros sete com 17% na alíquota modal, a menor do País.
Esse percentual, embora aparentemente baixo, tem um impacto de perda de R$ 300 milhões nas receitas do Estado, sendo que 25% desse valor pertence aos municípios.
O que muda em energia e telecomunicações
Essas alíquotas que estavam majoradas em 30% também voltam a 25% em janeiro, com possibilidade de gerar de forma imediata uma redução de custos ao consumidor. Porém, nesse ponto, houve, em novembro, reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal de que a alíquota geral deve ser de 17% para todos os estados.
Diante do risco de queda tão significativa para os estados, foi solicitada uma modulação nesse processo para que esses efeitos passem a valer a partir de 2024. “Essa é uma medida que afeta a gestão das receitas dos estados e municípios que não foi decida pelos entes, configurando-se como mais um dos riscos a que o Estado está sujeito e que pode comprometer a arrecadação”, avalia o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.
Como foi possível a redução das alíquotas
No final de 2020, o governo solicitou por mais um ano a vigência das alíquotas majoradas, enquanto adotava outras medidas paralelas para a competitividade do Estado, como o avanço nas reformas, privatizações e concessões. Na Reforma Tributária RS, foi aprovado o fim da Difal (o Imposto de Fronteira foi mantido apenas nos casos de proteção à produção gaúcha) e a redução da alíquota efetiva nas compras internas entre empresas de 18% para 12%.
Com o programa Receita 2030, foi também possível obter resultados com medidas de modernização tributária. Além disso, houve queda nominal nas despesas de pessoal e pagamento de dívidas em atraso. “O Receita 2030 trouxe importantes avanços para a competitividade da economia gaúcha e para que o Rio Grande do Sul tivesse uma tributação mais justa, como é o caso do Devolve ICMS. Melhorias de processos em diferentes setores permitiram que a arrecadação crescesse e que as obrigações dos contribuintes fossem simplificadas”, destaca Pereira.
“Com as reformas, contenção de gastos e com o pedido de adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal), o Rio Grande do Sul contabiliza um conjunto de medidas que têm efeito de longo prazo, permitindo que a queda de impostos seja feita de forma responsável. As alíquotas majoradas do ICMS não são um modelo para cobrir déficits do Estado, conforme sempre afirmamos. Foram necessárias enquanto o Estado organizava suas contas e buscava outras medidas de ajuste fiscal”, enfatiza o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso. No total, a queda bruta de arrecadação do Estado com a redução das alíquotas do ICMS é estimada em cerca de R$ 3 bilhões.
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