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Pesquisa do Sebrae RS aponta elevação no fechamento de pequenas empresas
Faturamento das companhias também reverteu curva de ascensão
Apesar da pandemia do coronavírus gerar cada vez menos impactos na economia, a 15ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS, apontou a elevação do número de pequenas empresas fechadas no Estado. Conforme dados coletados entre 16 de agosto e 3 de setembro, 25% das companhias gaúchas dessa natureza não se encontravam mais em funcionamento, ou seja, uma em cada quatro. O percentual é bem maior do que o registrado em julho, que foi de 12%.
O diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, admite a preocupação com o resultado. Ele detalha que o Rio Grande do Sul totaliza em torno de 2,7 milhões de pequenos negócios, o que significa que cerca de 675 mil deixaram de operar. Porém, um ponto mais contundente é que, desse conjunto de empreendedores que interromperam suas atividades, 16%, ou aproximadamente108 mil, não previam abrir novamente as suas portas.
Entre as principais razões para as empresas deixarem de funcionar estão a falta de clientes (39%) e o fato de não conseguirem reposicionarem os seus empreendimentos (22%). A média de empregados que giram em torno dos pequenos negócios é de cinco pessoas. Então, Godoy ressalta que o fechamento definitivo dessas empresas representa um impacto potencial em cerca de meio milhão de gaúchos, que terão sua renda comprometida, podendo causar um ciclo de retração da economia.
O levantamento do Sebrae-RS indica também uma reversão na curva de recuperação dos negócios, sendo que 44% das empresas registraram perdas no faturamento. “Nós vínhamos desde março com uma curva crescente de aumento de faturamento das empresas e em agosto esse percentual caiu”, destaca Godoy. Entre os segmentos mais afetados estão o da indústria, de comércio e de serviços. O dirigente acredita que esse cenário reflita uma tendência puxada pelos mais recentes indicadores macroeconômicos do País, como o processo inflacionário, decorrente de uma série de fatores como os aumentos da energia elétrica e dos combustíveis.
Ele ressalta que a elevação da inflação tende a inibir o consumo das famílias, gerando um reflexo direto na atividade econômica. “As pessoas ficam com medo que a crise se acentue e restringem seus gastos para terem segurança”, comenta. Outro ponto de impacto foi a maior necessidade de capital de giro, com as empresas com menos caixa para operar.
Godoy acrescenta que o resultado da pesquisa revela que as dificuldades das pequenas empresas não estão mais tão vinculadas à Covid-19, já que a quantidade de vacinados cresceu e as restrições de circulação diminuíram. A causa está mais ligada a efeitos externos. “Não vindo uma nova variante do vírus, com a vacinação avançando, a preocupação para a economia deixa de ser a pandemia e passa a ser a própria economia”, frisa o dirigente.
Dentro desse panorama, o diretor-superintendente se diz mais cauteloso quanto ao futuro. Ele prevê que a recuperação econômica continuará, porém deverá diminuir de ritmo. Já a pesquisa do Sebrae-RS indica que 65% dos empresários confia na melhora das condições para os negócios do seu ramo de atividade nos próximos três meses. Sobre as expectativas positivas dos pesquisados, Godoy atribui ao otimismo que é próprio do empreendedor e à proximidade de datas como as festas do final do ano e a Black Friday.
Empresas em funcionamento:
Janeiro
Sim: 88% Não: 12%
Fevereiro
Sim: 84% Não: 16%
Março
Sim: 65% Não: 35%
Abril
Sim: 81% Não: 19%
Maio
Sim: 86% Não: 14%
Junho
Sim: 85% Não: 15%
Julho
Sim: 88% Não: 12%
Agosto
Sim: 75% Não: 25%
Fonte: Sebrae RS
Sim: 88% Não: 12%
Fevereiro
Sim: 84% Não: 16%
Março
Sim: 65% Não: 35%
Abril
Sim: 81% Não: 19%
Maio
Sim: 86% Não: 14%
Junho
Sim: 85% Não: 15%
Julho
Sim: 88% Não: 12%
Agosto
Sim: 75% Não: 25%
Fonte: Sebrae RS