O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta segunda-feira (30) devolvendo parte dos ganhos observados na sexta-feira (27) após discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. Investidores, agora, aguardam novos dados da economia dos Estados Unidos que podem calibrar as perspectivas para o "tapering", como é conhecido o processo de retirada de estímulos pelo BC dos EUA.
O ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,40%, a US$ 1.812,20 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Em um primeiro momento, seguindo o discurso de Powell, o ouro avançou mais de 1%, como o Commerzbank aponta, impulsionado por um dólar desvalorizado e um recuo nos rendimentos dos Treasuries.
Segundo o banco alemão, o movimento ocorreu em razão do discurso ter sido mais dovish do que se esperava, especialmente quando comparado a outras falas de dirigentes sobre o "tapering". Por sua vez, na atual sessão, os impulsos reduziram, e o ouro acabou por reverter parte dos ganhos.
Para o Commerzbank, o Fed provavelmente vai querer esperar por mais dados que mostrem os efeitos da atual onda da pandemia, causada especialmente pela variante delta da Covid-19, para se movimentar pelo "tapering". Os relatórios do mercado de trabalho, com o ADP na quarta-feira, e o payroll na sexta-feira são importantes na semana, aponta a análise.
Além dos indicadores dos EUA, o Commerzbank também destaca a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, na terça-feira, quando é "provável que a taxa de inflação tenha aumentado visivelmente ainda mais em agosto, o que deve beneficiar o ouro como reserva de valor", na avaliação do banco alemão.