Um terço das 576 pessoas que participaram de um
evento-teste no domingo (25) para a liberação de eventos em Porto Alegre farão testes de detecção do coronavírus. O objetivo da prefeitura é observar os impactos gerados pela festa que ocorreu na Casa NTX, Zona Norte da Capital gaúcha.
Os testes serão realizados nesta quarta-feira e o resultado deverá sair em questão de minutos. Os testes são do tipo antígeno, que é realizado para identificar a infecção atual do coronavírus, quando uma pessoa apresenta sinais ou sintomas consistentes de Covid-19 e também em pacientes assintomáticos que tiveram contato com pessoas com caso positivo.
Os mesmos testes foram feitos em todo o público que estaria presente no evento-teste. Destes, nove pessoas testaram positivo e foram impedidas de participar - o que demonstra responsabilidade na visão do prefeito Sebastião Melo (MDB), que tem encapado a questão e defende a retomada de eventos de grande porte.
“Quantas festas clandestinas foram feitas e não foram descobertas? Muitas. Nós preferimos o evento testado, às claras, com responsabilidade. Aliás, nove pessoas não puderam entrar no evento do final de semana. Isso é responsabilidade. É com esse olhar que queremos sim que o governo do Estado enfrente o tema”, declarou ele durante o
anúncio de três medidas de redução na carga tributária para o setor de eventos.
A fala dirigida ao Palácio Piratini ocorre em um momento em que o Gabinete de Crise do Estado tem o plano de reabertura proposto pela prefeitura em mãos.
O Paço Municipal vem pressionando o Estado por uma decisão final sobre o documentado apresentado ainda em 14 de julho.
Para o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Capital, Vicente Perroni, a amostragem de um terço do público total “é bastante significativa e permite observar os impactos do evento, em um protocolo construído à quatro mãos pelas secretarias municipal e estadual da Saúde”.
Questionado pela reportagem do Jornal do Comércio se não seria temerária a liberação de eventos como festas, que não preveem o uso de máscara ou distanciamento social e que atraem público que ainda não foi atingido pela faixa de vacinação, Perroni disse confiar nos protocolos propostos.
“Estamos, hoje, com 73% da população adulta vacinada, 43% com o esquema vacinal completo, e com os números das UTIs e de casos confirmados que temos hoje, com 100% do público testado, nós podemos começar a planejar este tipo de evento”, afirmou o secretário-adjunto.
Ele continua: “todos eventos teriam presença da fiscalização, seriam aprovados pelo município e a gente acredita que esses eventos são melhores de serem realizados do que aqueles clandestinos. A gente sabe que estão acontecendo e houve uma fatalidade, que foi praticamente um homicídio, pois houve irresponsabilidade em um evento que não tinha legalização, não tinha licenciamento e não tinha infraestrutura compatível”, argumentou.
O plano prevê que, nas primeiras duas, sejam liberados eventos com público até mil pessoas. A proposta da prefeitura é que esse limite de público vá crescendo progressivamente. Em 10 semanas, a previsão é que seja liberado um público de até 20 mil pessoas, quando o Executivo planeja que 70% da população adulta da Capital esteja vacinada com duas doses contra o coronavírus.