Em 12 meses, o encarecimento dos principais insumos do transporte rodoviário de cargas - combustível, veículos e mão de obra - registrou forte alta. De acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), o aumento nos custos foi de 24,98% para o transporte de carga lotação e de 22,32% para carga fracionada. Este último é recorde, com o maior valor registrado em 26 anos, ou seja, desde agosto de 1995.
No mesmo período de 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, considerado a inflação oficial do País, ficou em 8,63%. "A inflação está elevada mas, no setor de transportes, ela está insustentável. As transportadoras não conseguem mais segurar os preços", diz o vice-presidente de Transportes do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do RS (Setcergs), Diego Tomasi. "Com o fim da isenção de Pis/Cofins, em maio, e o aumento do óleo diesel desta semana, o setor não consegue mais trabalhar com os valores que estavam sendo praticados."
No acumulado de 2021, o preço do óleo diesel já subiu cerca de 40%. Nos últimos nove meses, insumos importantes registraram variações médias de preços muito significativas. Lubrificantes tiveram aumento de 60%. Para pneus e peças de reposição, o reajuste foi de 35%.
O coordenador da Comissão de Tarifas de Frete do Sertcergs, Renê Mesquita, lembra que veículos e implementos novos tiveram aumento de 40%. "O próprio caminhão, nossa principal ferramenta de trabalho, não tem preço estável. E, com raras exceções, só se consegue comprar para o ano que vem." Combustíveis e mão de obra compõem, juntos, quase metade das planilhas de custos operacionais.