Franquias de saúde, beleza e bem-estar faturam 12,1% a mais no RS no primeiro trimestre

Pico nos negócios também resultou em aumento de 6,9% no volume de unidades do segmento no Estado

Por Fernanda Crancio

Franquia da rede Oral Sin
Em meio ao abre e fecha das atividades econômicas, em função da pandemia, o primeiro trimestre de 2021 foi positivo para as franquias voltadas à saúde, beleza e bem-estar. Tanto no País quanto no Rio Grande do Sul foi crescente a procura por tratamentos e procedimentos, represados nos meses de maiores restrições a atividades. No Estado, houve acréscimo de 12,1% no faturamento desses prestadores de serviços, índice próximo ao registrado nacionalmente, que ficou em 12,7%.
De acordo com o diretor da regional Sul da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Belz, o pico registrado nos negócios de saúde, beleza em bem-estar também refletiu, no Estado, no aumento de 6,9 % no volume de novas franquias nesse período, passando de 1038 unidades em 2020 pra 1110 em 2021. Em todo o território nacional, esse crescimento foi de 3,6% entre janeiro e março. Além da resiliência do setor de franquias, ele atribuI essa demanda positiva ao fato de as pessoas terem gastado menos com compras, restaurantes e viagens durante o auge da crise sanitária, conseguindo colocar em prática planos antigos ligados a procedimentos estéticos ou tratamentos de saúde.
"A demanda esteve tão reprimida em 2020, quando houve o fechamento de clínicas odontológicas, estéticas e salões de beleza, que no momento da reabertura houve uma grande procura. Além disso, por estarem em home office, as pessoas se sentiram propensas a realizar procedimentos mais invasivos, mudanças no visual ou tratamentos de saúde que vinham sendo adiados. As reuniões online também contribuíram para que as pessoas identificassem defeitos na aparência e buscassem corrigi-los, como um clareamento dentário ou amenização de marcas de expressão", avalia Belz.
Entre as franquias que mais cresceram de janeiro a março deste ano, ele destaca as odontológicas, clínicas de idosos, de design de sobrancelhas, entre outras. Somente no RS, das mais de 9 mil unidades franqueadas em operação, 1110 delas são do segmento de saúde, beleza e bem-estar, que representa 12,2% de todas as franquias existentes. Entre as empresas em expansão está a Oral Sin, líder no segmento de implantes dentários, om mais de 350 unidades comercializadas, que cresceu 26% no Brasil.
Em Porto Alegre, a rede está representada em quatro unidades e teve um crescimento no primeiro trimestre, calcado no apoio da franqueadora. Jean Batista de Freitas, há cinco anos à frente da unidade localizada na avenida João Pessoa, no bairro Farroupilha, e de outras nove clínicas da rede no Interior, expandiu os negócios desde o início da pandemia. Em 2020, abriu cinco novas unidades, e tem outras duas prestes a inaugurar.
"O setor foi o que menos sofreu durante a pandemia, pois é serviço essencial. Além disso, trabalhando mais em casa as pessoas conseguiram se organizar melhor e ter tempo de buscar atendimentos na área da saúde. Temos feito, em média, 350 implantes por mês", comenta.
A aposta na abertura de novas franquias, segundo ele, foi motivada também pelo fato de ser um negócio já consolidado. "Nesse ramo há pouco espaço para erro, por isso, quem investe está apoiado em um modelo com muito know-how e replicado no Brasil inteiro, o que dá segurança ao franqueado", avalia.
Na unidade da João Pessoa ele conta com 30 colaboradores, 12 dentistas, e foca principalmente em serviços de implantes, reabilitação e substituição de próteses. Em função da crise econômica acentuada pela pandemia, a franqueada estabeleceu parceria com financiadoras e permitiu aos franqueados estender o parcelamento dos serviços. "Com isso, diante desse cenário, conseguimos atender mais gente e permitir que pudessem projetar os pagamentos dentro de suas possibilidades", complementa.

Mesmo com queda de receita em 2020, setor mantém boas perspectivas no País

Em todo o País, segundo pesquisa de desempenho do setor de franquias no primeiro trimestre, conduzida pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franquias em geral apostou em alternativas para minimizar os impactos da pandemia e, assim, voltar a crescer em 2021. De janeiro a março, comparado a igual período de 2020, o faturamento dos negócios recuou 4%, passando de R$ 41,5 bilhões para R$ 39,8 bilhões. No intervalo de 12 meses, essa queda de receita chegou a 11,4%.
Os dados indicam que o setor acompanhou os reflexos econômicos e sociais da pandemia, com ambiente instável, queda dos índices de confiança do empresariado e dos consumidores, além do ritmo lento da vacinação no País. No entanto, segundo o diretor da regional Sul da ABF, André Belz, ainda se mostra um segmento sólido de negócios. "Mesmo com a pandemia, o setor não teve perdas elevadas, e registrou poucos fechamentos de unidades. Os franqueados recebem muito suporte, e as empresas se transformaram, se adequaram e se recuperaram melhor", comenta.
Essa avaliação é sustentada pelo estudo, que mostra que as redes de franquia continuaram expandindo, mesmo diante de um cenário não tão favorável. No primeiro trimestre de 2021, foram abertas 3,3% mais unidades - contra 2,3% no mesmo período do ano passado – e fechadas 1,4%.
Nesse cenário, as franquias de saúde, beleza e bem-estar se consolidaram, crescendo 12,7% no primeiro trimestre deste ano no Brasil. De acordo com a coordenadora do Comitê de Saúde e Beleza da ABF, Thais Ramos, esse incremento beneficiou diretamente as franquias que prestam serviços essenciais, como de odontologia, oftalmologia, clínica geral e cuidados com idosos. "As franquias de Saúde e Beleza demonstraram grande resiliência e agilidade. As marcas se digitalizaram, criaram produtos e pacotes e, acima de tudo, mantiveram o relacionamento com franqueados e os consumidores", avalia.
A expectativa para os próximos trimestres de 2021 são melhores para todos os ramos do franchising, principalmente em função do fim das restrições em grande parte do País e da recuperação da confiança do consumidor. "Após mais de um ano de pandemia, as pessoas estão voltando a comprar e a roda da economia começando a girar novamente. Os resultados do segundo trimestre já tendem a ser positivos, em função da reabertura de atividades econômicas. E os próximos devem acompanhar o crescimento esperado da economia", reforça Belz.