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negócios corporativos

- Publicada em 16 de Junho de 2021 às 16:46

Aos 150 anos, Masson reposiciona marca tradicional no mercado ótico brasileiro

Nova loja conceito, no ParkShopping Canoas, abre um série de ações previstas para o reposicionamento da empresa

Nova loja conceito, no ParkShopping Canoas, abre um série de ações previstas para o reposicionamento da empresa


MARIANA ALVES/JC
Criada em 1871, sob o nome de Pêndula Misteriosa, foi somente 45 anos depois que a Ótica Masson adotou a marca pela qual ficou conhecida dentro e fora do Rio Grande do Sul. Atualmente, com 150 anos completos de história, sob a administração de novos donos, a Masson busca reorganizar suas forças, através de um profundo processo de reposicionamento. O primeiro grande passo foi dado com a abertura de uma loja no Park Shopping Canoas. O espaço conta não apenas com um novo conceito, o de luxo acessível, mas também com uma reestilização, que vai do logotipo ao ambiente da loja, sem deixar para trás produtos e atendimento.
Criada em 1871, sob o nome de Pêndula Misteriosa, foi somente 45 anos depois que a Ótica Masson adotou a marca pela qual ficou conhecida dentro e fora do Rio Grande do Sul. Atualmente, com 150 anos completos de história, sob a administração de novos donos, a Masson busca reorganizar suas forças, através de um profundo processo de reposicionamento. O primeiro grande passo foi dado com a abertura de uma loja no Park Shopping Canoas. O espaço conta não apenas com um novo conceito, o de luxo acessível, mas também com uma reestilização, que vai do logotipo ao ambiente da loja, sem deixar para trás produtos e atendimento.
O renascimento da Masson, que chegou a encerrar as atividades em 1994, teve início às vésperas do novo milênio, quando a marca foi adquirida por Francisco Maia, que já atuava no ramo, com a Óticas Confiança. Entretanto, só se intensificou sob a gestão do atual CEO, Gustavo Maia, de 39 anos. “Por volta de 2015, o Brasil passou por uma das maiores crises da nossa economia e nós, como empresa, precisávamos passar por uma mudança também. Não tinha mais espaço para quem não estivesse disposto a se profissionalizar. Foi quando eu cheguei e começamos esse grande turnaround, refazendo todo o modelo de negócios. Antes disso, tínhamos um mix de produtos muito amplo, com joias, relógios e ótica. E, agora, passamos a focar em sermos especialistas em óculos”, conta.
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Gustavo Maia destaca o desafio de modificar a cultura de uma empresa familiar, em geral, resistente às mudanças. Foto: Mariana Alves/JC
Entre os desafios, Maia destaca o de modificar a cultura de uma empresa familiar, em geral, resistente às mudanças, sobretudo aquelas mais acentuadas. E não foram poucas. A Masson precisou incorporar ao time de pessoas da empresa os novos valores, o processo de melhoria que estava sendo implementado, os treinamentos, as análises dos indicadores de áreas e o novo fluxo de atendimento.
A avaliação do CEO após conseguir “colocar todo mundo no mesmo barco” é, no entanto, positiva e, a equipe atual, considerada competitiva e engajada. “A grande inovação que conseguimos trazer para a Masson foi a forma de trabalhar. Inovamos no modelo de gestão, com mais maturidade. Nosso propósito é o que guia a nossa operação hoje. Queremos ser a melhor experiência de compra do consumidor de óculos, através de mercadorias de qualidade e atendimento qualificado. É a partir disso que ramificamos as ações de todas as áreas da empresa.”

Do conceito de loja ao do logotipo

Com duas lojas abertas após a aquisição da marca — uma no centro de Gramado e outra no Shopping Iguatemi, na Capital —, a Masson deu início a uma série de ações, alusivas aos 150 anos de existência e à nova fase. Todas elas inspiradas pela nova filosofia e dentro de uma lacuna de mercado, percebida pela empresa, no segmento de óticas de luxo.
“Percebemos que existia um espaço para trabalharmos o luxo acessível, mas nunca quisemos ficar como aquelas casas antigas. Buscamos desde sempre trazer um ar de modernidade. Então, na nossa terceira loja, no ParkShopping Canoas, temos esses pontos muito bem definidos. Com uma preocupação que abarca os produtos oferecidos, o layout, as cores e tonalidades do ambiente, que combinam com o novo logotipo. São cuidados que tomamos para poder criar a nova flagship da marca”, explica Gustavo Maia, CEO da empresa.
A loja conceito, porém, não é a única novidade prevista, e sim a primeira entregue aos consumidores gaúchos. Sem definir prazo, a Masson trabalha com a possibilidade de abrir três outras lojas até o final do ano. Canela, na Serra, e Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, são cidades com as quais a empresa simpatiza, nas palavras do CEO. Além disso, o Centro de Porto Alegre, onde tudo começou, também está entre as possibilidades. “Nós temos buscado instalar nossas operações em locais próximos de onde já estamos. E o Centro, além da questão histórica, deve passar, de acordo com a prefeitura, por uma grande revitalização. Então, se tudo der certo, queremos trazer novamente a Masson para o Centro. São passos que ainda estamos desenhando”, revela.
Na esteira da nova loja, a Masson dá seguimento a uma estratégia de comunicação também reformulada. Com isso, uma nova logotipia foi trabalhada, dando novos ares ao design visual da marca. Além disso, os processos de comunicação da empresa junto ao público foram otimizados, com a mobilização de um time focado neste objetivo.
Outro movimento da Masson é rumo à digitalização, nas lojas físicas e no ambiente online. Entre equipamentos para facilitação do processo de atendimento e de vendas, a Masson passou a contar com um serviço de visagismo visual. Exclusivo, ele realiza uma análise da personalidade, do formato de rosto e da imagem que o cliente deseja transmitir, oferecendo as alternativas que mais se encaixarem ao perfil traçado. Há ainda o plano de lançamento de um e-commerce próprio, previsto para o mês de julho. Parte da estratégia de expansão e reposicionamento, Gustavo afirma que o intuito da loja online é garantir presença no ambiente digital e garantir que o mix de produtos seja oferecido para todos os consumidores, estejam eles ou não próximos das lojas físicas.
Sem um valor de investimentos fechado para essa nova fase, o CEO diz que acredita em um crescimento orgânico. “Buscamos um desenvolvimento a partir do nosso desempenho. Na medida em que vamos tendo estrutura e pessoas capacitadas para nos ajudar neste processo”, define.

Da lanterna que guiava as horas ao leilão

Nascida pelas mãos dos empresários Leopoldo Masson e Reynaldo Geyer, a Masson foi rebatizada em 1916, em uma homenagem de Geyer ao sócio, falecido à época. O mesmo período marcou o início da operação no ramo de óticas, embora a popularização tenha vindo tempos depois, através de um símbolo cultural.
Na Porto Alegre da década de 1920, quando a digitalização e a internet não eram sequer uma expectativa, foi que a lanterna da Masson se tornou uma das grandes atrações da cidade. Ao acender todos os dias, às 20h, em frente ao prédio da casa Masson, na Rua da Praia, ela permitia que as pessoas ajustassem os relógios com o horário correto.
Além disso, foi também na primeira metade do século XX que a marca deu o pontapé inicial em duas inovações nos seus processos de vendas. A primeira delas iria se popularizar em todo o Brasil nos anos seguintes e facilitar o acesso de clientes a produtos: o crediário. A outra, uma seção de vendas pelos Correios, iria antever em quase um século o boom do comércio remoto.
Nessa trajetória de ascensão, as Óticas Masson chegaram a ter lojas em 26 cidades brasileiras e até a transferir sua sede para o Rio de Janeiro, entre os anos 1980 e 1990. Mas o momento de baixa chegou depois de quase 130 anos da sua fundação, levando ao encerramento das operações.
 
Toda essa história por trás da Masson foi um dos motivos que levou a família Maia a arrematar a marca, em um leilão, promovido pelo governo do Estado em 1999. “A Masson foi considerada uma marca notória em razão de diversos movimentos que ela fez no passado. Foi uma marca que sobreviveu ao tempo e sempre buscou trazer produtos de qualidade. Então, há um carinho nosso e da comunidade gaúcha por ela”, destaca Gustavo.