O mercado imobiliário de Porto Alegre tem demonstrado uma recuperação nos últimos meses. A situação parece estar se aproximado cada vez mais da normalidade.
De acordo com o presidente do Secovi/RS, Moacyr Schukster, é possível perceber que o mercado já apresenta níveis semelhantes ao período pré-pandemia, seja em relação à compra e venda de imóveis novos, na planta ou de usados, que representam a maior parte dos negócios. No segundo semestre de 2020, o setor já demonstrava uma retomada. Entre julho e novembro de 2020, por exemplo, a Capital registrou a venda de 2.629 unidades.
O número equivale a pouco mais que o dobro do número de imóveis vendidos no início da pandemia. Entre março e junho do ano passado, foram 1.191 vendas. A retomada foi interrompida nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. No entanto, isso já era esperado devido ao período de férias.
Para Schukster, esse aquecimento pode estar relacionado ao fato de que as pessoas aprenderam a conviver com a pandemia. "Muitas perderam o emprego e acabaram vendendo o imóvel para equilibrar as finanças. E também tem uma boa parte que continua no mercado, com suas atividades em funcionamento, seja em casa, seja nos escritórios, seja no híbrido. Essa parte que tem renda é cliente de imóveis", explica. "O mercado imobiliário é importante para a vida das pessoas. Quem tem imóvel, sempre tem uma reserva de valor importante."
Em relação aos preços, o dirigente conta que o mercado de imóveis novos e da classe alta apresenta maiores aumentos. Isso porque o valor cresce de acordo com o preço dos insumos, que estão elevados. Segundo o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no mês de fevereiro deste ano, foi registrada uma alta de 1,89%, a maior observada desde junho de 2016 (1,93%). Já o custo com materiais e equipamentos cresceu 4,38%, maior aumento desde novembro de 2002 (4,41%).
No entanto, quanto aos imóveis de menor preço, com exceção dos novos, há uma certa estagnação. Segundo Schukster, considerando o último ano, pode-se perceber que os preços estão recebendo uma inflação moderada de 1% a 2% em 12 meses. Por isso, ele acredita que o momento é ideal para quem quer comprar um imóvel.