O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Sérgio Gabardo, enviou ofício para o Chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, solicitando que seja autorizado o parcelamento do IPVA 2021 para as empresas do setor. O motivo é o forte impacto da pandemia de Covid-19 nas transportadoras.
"Os serviços de transporte prestados para empresas cujas atividades o governo do Estado classificou como não essenciais geram significativo prejuízo aos transportadores", afirma Gabardo. "Tal situação decorreu por determinação do Estado que, na busca de conter e combater a pandemia, entendeu pela necessidade de suspensão de inúmeras atividades econômicas."
Empresas e transportadores autônomos tiveram que ficar com seus equipamentos parados por vários meses, aguardando a retomada das atividades econômicas não essenciais. Além disso, houve um aumento abrupto no principal insumo, o óleo diesel. Apenas em 2021, o combustível subiu por cinco semanas consecutivas.
"Tal situação está gerando uma grave crise", informa o documento enviado. "Há a necessidade de compensar parcialmente o prejuízo decorrente do período em que os caminhões ficaram parados, no mínimo com o parcelamento do IPVA vencível no ano de 2021", completa.
A proposta do Setcergs é que seja autorizado o pagamento do IPVA 2021 em seis parcelas, sem acréscimo de juros ou multa, tendo em vista que as transportadoras estão impedidas de exercerem plenamente sua atividade econômica e, portanto, sem caixa para suportar esse desembolso em parcela única.
"Entendemos que tal medida auxiliará no equilíbrio e a saúde financeira das empresa, ao mesmo tempo que possibilitará a manutenção dos empregos", conclui o presidente do Setcergs.
Semana passada, matéria especial publicada no JC Logística lançou um alerta sobre o setor. Os reajustes no preço de caminhões e de semirreboques, assim como do óleo diesel, considerado o principal insumo para o veículo se locomover, têm afetado diretamente o setor de transporte rodoviário de cargas. A situação piorou e algumas empresas podem até mesmo falir.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do RS (Setcergs), em 2019 as empresas pagavam cerca de R$ 500 mil pelo conjunto de caminhão zero quilômetro e a carroceria. Hoje, o mesmo conjunto custa R$ 750 mil, um aumento de 50%.
A compra de pneus também tem sido um problema para o setor. Falta de estoque e ausência de um preço fixo estão entre as dificuldades enfrentadas, assim como o elevado custo do diesel.