Tão logo o governador Eduardo Leite confirmou,
por meio de vídeo, a
volta da cogestão e flexibilização de algumas atividades, entidades representativas de setores da economia demonstraram satisfação diante do anúncio, mas ponderaram a necessidade de contemplar algumas peculiaridades dos segmentos. Suspenso desde o final de fevereiro, o compartilhamento da gestão do distanciamento controlado entre Estado e prefeituras deverá ser ofcializado na sexta-feira (19), passando a vigorar na segunda-feira (22), e possibilitando adoção de ações menos restritivas do que as impostas pela bandeira preta.
Para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), a iniciativa representa "uma boa notícia para o varejo e demais segmentos produtivos gaúchos", pois também permitir ao comércio não-essencial funcionar de segunda a sexta-feira, até às 20h, e aos bares e restaurantes diariamente, até 17h. Segundo o presidente da FCDL, Vitor Augusto Koch, as medidas são positivas. "Acreditamos que elas contemplem, ainda que de forma parcial, o clamor dos lojistas e dos demais segmentos econômicos do Rio Grande do Sul. Com a retomada das atividades, é possível que a economia ganhe um novo fôlego e que milhares de empresas e empregos sejam mantidos", destacou o dirigente.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), qualquer flexibilização, diante do atual cenário, é bem-vinda. No entanto, a entidade ainda tentará negociar a ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos até 22h. "Estávamos com muita expectativa para a volta da cogestão e e liberações do comércio e serviços. No entanto, 60% de nossos associados atuam à noite, e isso deve ser considerado", avalia a presidente da entidade, Maria Fernanta Tartoni.
A mesma defesa foi feita pelo Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), que destacou a intenção de buscar revisão da proibicão de atendimento dos estabelecimentos no horário noturno. “Nossa categoria está cambaleante e precisamos de medidas urgentes. Essa atenção recebida demonstra que o governo está atento e disposto a avançar e dar o suporte necessário para enfrentarmos essa crise”, afirmou o presidente do sindicato, Henry Chmelnitsky.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) reforçou ainda que os setores estão comprometidos com a mantenção rigorosa dos protocolos de segurança sanitária, e que a volta da cogestão é "salutar" para a economia gaúcha. “Com o comércio funcionando, as encomendas voltam, trazendo junto a indústria, que atualmente já nota uma redução nos pedidos em alguns setores”, disse o presidente, Gilberto Porcello Petry.
O dirigente sugeriu, ainda, que o governo do Estado dê mais 22 dias de prazo para o recolhimento dos impostos de fevereiro das empresas, já que muitas enfrentam problema de fluxo de caixa, em razão das restrições.