Vinte entidades representativas dos principais setores econômicos de Porto Alegre reúnem-se no final da tarde desta terça-feira (16) com o prefeito Sebastião Melo para alinhavar a retomada de atividades, caso seja confirmada a volta da
cogestão a partir da próxima semana. Lideranças do varejo, de eventos, de bares e restaurantes e do ramo hoteleiro aguardam ansiosas pela possibilidade de voltar a abrir a portas e defendem a necessidade de maior previsibilidade para os negócios durante a pandemia.
Os empresários irão expor ao prefeito a situação de seus segmentos e debater como podem se planejar diante do a
gravamento da crise sanitária e, consequentemente, econômica. O grupo aposta na predisposição do prefeito em liberar as atividades, tão logo isso seja possível, para garantir a sobrevivência dos negócios.
Buscam também a manutenção da cogestão, e que não haja nova suspensão do modelo, como forma de garantir previsbilidade às atividades.
Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas-POA), destaca que o momento é de muita angústia para o empresariado. "Estamos cientes de que a situação da pandemia está muito difícil, mas precisamos ter um Norte, pois se continuarmos mais tempo como estamos hoje, o empresário terá de fechar", enfatiza.
O dirigente ressalta a impossibilidade de os setores seguirem arcando com impostos e obrigações enquanto os serviços estiverem limitados. "Como vamos trabalhar e nos mantermos sem faturamento? É inviável", desabafa.
Os setores, assim como o prefeito, defendem que o fechamento do comércio não será responsável por garantir a queda dos indicadores da Covid-19, e atribuem às aglomerações desnecessárias a progressão dos casos.
A
Fecomércio-RS, por exemplo, tem intensificado campanha para que o governo "faça a sua parte" e ressaltado que parar as atividades não é a solução. Com a campanha #OComércioQuerTrabalhar, busca sensibilizar sociedade e governo de que o fechamento das atividades comerciais expõe empresas e famílias a situações extremas.
"Nossa posição é contundente na defesa dos interesses do setor de bens, de serviços e de turismo, por isso é preciso sensibilizar a sociedade e o governo de que o fechamento das atividades comerciais não resolve o problema da pandemia", diz o manifesto da campanha, que sugere ainda revisão urgente dos protocolos da
bandeira preta, para permitir a reabertura do comércio com restrições de ocupação e capacidade.