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Economia

- Publicada em 17 de Março de 2021 às 12:53

Bandeira preta adia estreia do Cais Embarcadero em Porto Alegre

Um dos atrativos principais da área de lazer serão restaurantes de frente para o Lago Guaíba

Um dos atrativos principais da área de lazer serão restaurantes de frente para o Lago Guaíba


GUSTAVO MANSUR/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
"Com bandeira preta, não vai inaugurar." A constatação foi feita pelo diretor da DC Set Eugênio Corrêa, sobre o projeto do Cais Embarcadero, que está em implantação na área do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre. 
"Com bandeira preta, não vai inaugurar." A constatação foi feita pelo diretor da DC Set Eugênio Corrêa, sobre o projeto do Cais Embarcadero, que está em implantação na área do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre. 
No começo de janeiro, ao liberar a instalação de futuros operadores, entre restaurantes, cafés e fast-food e serviços de passeios, a previsão era de fazer uma abertura ativando algumas atividades a partir do dia 26 de março, data do aniversário da Capital. "Essa era a intenção", recorda o diretor, que é um dos sócios da Embarcadero Empreendimentos.   
"O Embarcadero não tem o que declarar. Teríamos condição de inaugurar, mas hoje não depende de nós", admite Corrêa, de forma direta. Os empreendedores devem emitir ainbda nesta quarta-feira (17) uma nota oficial e também enviar ao governo estadual e à prefeitura. 
As medidas de restrição em vigor, determinadas no fim de fevereiro pelo Estado, impedem o funcionamento de serviços e varejos não essenciais. A explosão de casos, maior velocidade de transmissão do novo coronavírus e grande demanda de doentes para os hospitais e postos de saúde, que têm superlotação recorde, provocaram a ação. 
A previsão é de que, a partir de segunda-feira (22), seja retomada a chamada cogestão, pela qual os municípios têm maior liberalidade para mexer em resrições, mas a extensão da flexibilização não foi definida e dependerá da condição de internações e óbitos, segundo o governo.  
Diante desta conjuntura, no pior momento da pandemia, o diretor da DCSet justifica sobre as dificuldades de prever até mesmo quando será possível fazer a estreia: "O cenário é de muitas incertezas".
Segundo os empreendedores, faltam apenas finalizações para aprontar o local, como paisagismo. "Se tiver bandeira que permita abrir, montamos tudo em 15 dias", garante ele.
Corrêa comenta que alguns operadores já instalaram equipamentos, principamente no conjunto de contêineres que fica de frente para o Lago Guaíba, na futura Travessa Pôr-do-Sol. Serão cinco restaurantes, que terão uma esplanada com mesas e área toda fechada com vidros, permitindo a vista do lago.
Os serviços queriam levar até louças para os espaços, mas foram desestimulados devido à segurança. "Precisamos fazer uma gestão com muita responsabilidade neste momento", reforça o diretor da DC Set. 
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Em fim de janeiro, o prefeito Sebastião Melo e o governador Eduardo Leite visitaram as obras no Cais. Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
O Cais Embarcadero firmou um contrato para explorar o espaço, que fica na faixa final dos armazéns do Cais Mauá, ao lado da Usina do Gasômetro. Em troca, há o pagamento de uma outorga, que só começará a ser feito quando as atividades comerciais forem ativadas, gerando receita ao empreendedores, esclareceu o superintendente da Portos RS, Fernando Estima.
A previsão é de R$ 500 mil no começo da operação, recurso que será usado na conservação de armazéns.
A Portos RS sucedeu a antiga Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), extinta no governo de José Ivo Sartori (MDB, 2015-2018), na administração da área, que inclui fazer a conservação. Hoje o conjunto de edificações, parte delas tombadas pelo patrimônio histórico, sofre com a falta de manutenção e restauração.
A concessão do uso da fração do cais foi feita no começo de janeiro. Os empreendedores também tiveram a liberação de crédito de R$ 4 milhões do Badesul para o projeto. A expectativa é gerar 300 empregos diretos e 200 indiretos. A Embarcadero Empreendimentos poderá usar o imóvel por 5,5 anos, ou 66 meses, O prazo é até conclusão de todo o projeto que envolve a área portuária da cidade. 
O Estado firmou acordo com o BNDES para desenvolver um modelo de exploração. Mas setores locais ligados à área de arquitetura e urbanismo e movimento críticos de erguer construções, como shopping center ou repassar parte da área ao setor privado, querem ser ouvidos na modelagem.    
Em 2020, foi encerrada a novela da concessão feita no fim de 2010 para o consórcio Cais Mauá do Brasil, que não realizou as obras e projetos previstos e teve o contrato rescindido pelo governo de Eduardo leite, em 2019. O consórcio entregou o ativo no começo do ano passado, após um ano de discussão na Justiça. 
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