A Gerdau refez para cima o cálculo de quanto investirá neste ano e no total do triênio. Enquanto o plano de desembolsos de R$ 6 bilhões para o período de 2019 a 2021 passou a ser de R$ 6,9 bilhões, somente para este ano o valor pulou de aproximadamente R$ 2,6 bilhões para R$ 3,5 bilhões. O diretor-presidente (CEO) do grupo, Gustavo Werneck, detalha que, em abril de 2020, em função da falta de previsibilidade causada pela pandemia de coronavírus, a companhia resolveu reduzir o nível de aportes naquele momento e transferi-los para o este ano.
Os recursos serão focados na melhoria da performance, manutenções e expansões e atualizações tecnológicas da Gerdau. Entre as unidades que absorverão parte desses investimentos, Werneck cita as plantas de produção de aços especiais em Pindamonhangaba (SP) e Monroe (EUA). Conforme o executivo, a capacidade de investir está diretamente relacionada à geração de fluxo de caixa livre. O grupo vem apresentando resultados financeiros animadores. O lucro líquido da Gerdau no quarto trimestre de 2020 foi de R$ 1,057 bilhão, alta de 939% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o resultado sobre os doze meses do ano passado foi de R$ 2,388 bilhões, crescimento de 96% se comparado a 2019.
"Tivemos uma evolução importante dos resultados, fruto da recuperação dos mercados", frisa Werneck. Ele acrescenta que a expectativa se mantém otimista para 2021, com a perspectiva de um ciclo de crescimento nos segmentos em que a Gerdau atua, como o da construção civil, indústria automobilística, saneamento, logística, entre outros. O executivo comenta que, de acordo com a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), a área de infraestrutura no País deve somar mais de R$ 126 bilhões em investimentos neste ano.
Werneck frisa ainda que o foco da Gerdau no ano passado e em 2021 será o atendimento ao mercado doméstico. Ele informa que as exportações da empresa, a partir do Brasil, tiveram uma redução de 11% no último trimestre de 2020, em relação ao trimestre anterior, e na comparação anual a diminuição foi de 50%. O executivo calcula que os estoques no setor de aços planos estão em um patamar de cerca de 50% do que seria o considerado regular e nos aços longos em torno de 75%. O dirigente projeta que esses estoques deverão estar regularizados dentro de dois a três meses. Quanto ao custo do aço, ele diz que para 2021 a projeção é de uma forte demanda e preços equilibrados com o mercado internacional. O executivo recorda que houve um aumento de custos de insumos do setor, como minério de ferro e sucata, e não vê possibilidades de redução nos preços dessas matérias-primas.