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Economia

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2021 às 18:38

Falta de gás atrapalha operação da Central Térmica Uruguaiana

Unidade, que pertencia ao grupo AES, foi adquirida pela Saesa em setembro do ano passado

Unidade, que pertencia ao grupo AES, foi adquirida pela Saesa em setembro do ano passado


CRISTIANO GUERRA/DIVULGAÇÃO/JC
A falta de combustível (gás natural) tornou-se um obstáculo para a operação da Central Térmica Uruguaiana (CTU), conforme informa o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi. A perspectiva era de que a usina gerasse energia desde sábado passado (13) e o complexo chegou a sincronizar uma unidade geradora, mas novos testes terão que ser realizados após terem sido constatados problemas técnicos.
A falta de combustível (gás natural) tornou-se um obstáculo para a operação da Central Térmica Uruguaiana (CTU), conforme informa o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi. A perspectiva era de que a usina gerasse energia desde sábado passado (13) e o complexo chegou a sincronizar uma unidade geradora, mas novos testes terão que ser realizados após terem sido constatados problemas técnicos.
A usina, antes pertencente ao grupo AES, foi comprada pela argentina Saesa em setembro do ano passado. O gás natural que abastecerá a térmica virá da Argentina, que há seis anos não exporta o insumo para o Brasil. O governo do país vizinho chegou a comemorar a volta da operação da unidade na última segunda-feira (15), já que vai significar mais divisas de exportação. "O lançamento da Central Térmica Uruguaiana é um passo em frente, fundamentalmente porque permite gerar divisas para a Argentina, mas também abre uma oportunidade para fortalecer o comércio internacional, os laços de integração energética e melhorar a balança comercial", disse em nota o secretário de Energia argentino, Darío Martine.
Cada dia de funcionamento da termelétrica implica em ingresso de divisas de até US$ 500 mil, com potencial de US$ 100 milhões por ano, se for exportada apenas fora do inverno, período em que o gás é necessário para atender a demanda local, ressaltou o governo argentino na nota oficial. A mesma nota informou que a exportação dos excedentes de gás para o Brasil "é provisória" e a estimativa é de que o processo apenas se consolide nos próximos meses, "uma vez que tenha passado o inverno e o Plano de Gás comece a dar os resultados esperados, o que permitirá ao nosso país iniciar o caminho rumo à autossuficiência, com possibilidade de fazer exportações firmes tanto para o Chile como para o Uruguai e o Brasil", avaliou o governo da nação vizinha.
Ao todo serão exportados 2,4 milhões de metros cúbicos diários de gás natural para atender à geração da térmica gaúcha quando a unidade estiver em sua operação máxima. Segundo o ONS, a geração inicial da térmica seria de 220 MW (cerca de 6% da demanda elétrica do Rio Grande do Sul), o que vai ajudar a reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN), que enfrenta uma das piores secas nos últimos anos, principalmente na região Sudeste. Mesmo em pleno período de chuvas, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão operando com um quarto da sua totalidade (24,9%).
Construída na década de 1990 e inaugurada em 2000, a usina de Uruguaiana foi a primeira termelétrica a operar no Rio Grande do Sul, em plena crise de abastecimento de energia que culminou no racionamento entre 2001 e 2002 no Brasil. A operação foi interrompida em 2009, por conta da quebra de contrato dos fornecedores de gás natural, e reabriu em caráter emergencial em 2013, 2014 e 2015, por períodos temporários.
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