O presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos caminhoneiros para que não façam a greve nos dias 1° e 2 de fevereiro. "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder. Todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil. Estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste", afirmou. A Petrobras aumentou o preço médio do diesel nas refinarias em 4,4% na terça-feira e, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que até a semana passada minimizava as chances de uma greve nacional, mudou de tom em relação ao assunto.
Nesta quarta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne sindicatos da categoria em todo o País, decidiu apoiar o movimento dos caminhoneiros de protesto contra a alta dos combustíveis.
Na segunda-feira, porém, durante reunião, as entidades representativas dos caminhoneiros autônomos descartaram a chance de paralisação, posicionamento encampado pela Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac), a Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul (Fecam/RS), a Federação de São Paulo (Fecam/SP), a Federação de Minas Gerais (Fetac/MG) e a Fecavre/SP, juntamente com os sindicatos filiados e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam). A mobilização vem sendo divulgada em redes sociais pelo autodenominado Conselho Nacional do Transporte de Cargas (CNTC).
O presidente da Fecam-RS, André Costa, diz que o CNTC não tem representatividade legal para falar pela categoria. Durante a reunião, os participantes colocaram o posicionamento de cada sindicato e entidade sobre uma possível paralisação. "O que nós tivemos foi a esmagadora maioria tendo a mesma opinião, de que não é o momento oportuno para se fazer paralisação e que sequer reconhece a legitimidade de tal conselho", afirma.
Costa lembra que existe uma generalização em torno do conceito sobre o termo caminhoneiro e que as entidades participantes da reunião representam o transportador autônomo de cargas, ou seja, aquele que é o dono do caminhão e que dirige o seu próprio veículo de carga.
O dirigente acrescenta que todas as pautas da categoria - alto custo dos combustíveis, baixa remuneração, exploração e falta de fiscalização efetivas - estão sendo discutidas e todas têm previsão legal. "O que a categoria entende? Que estes temas estão sendo discutidos e que existem outros meios para que possa minimizar o que está sofrendo o caminhoneiro autônomo, o proprietário do caminhão nesse setor de transporte. Há outras maneiras que não a paralisação", afirma Costa.