O mercado imobiliário lançou 2.879 novas unidades em 2020, ampliando o volume em 16,75% frente ao ano anterior. A promessa é de que este resultado cresça ainda mais em 2021, segundo análise do diretor na Comissão de Incorporação Imobiliária/pesquisas do Sinduscon – RS, Claudio Schuch. "Juros baixos nas parcelas do financiamento (o que aumenta o poder de compra das pessoas), alta na procura dos consumidores por imóveis mais confortáveis e a opção do produto como investimento diante da baixa remuneração das aplicações financeiras têm aquecido as vendas e impulsionado novos projetos, desde agosto", resume.
Outro fator que agilizou os lançamentos foi a "agilidade" dos licenciamentos das obras junto à Prefeitura, afirma o diretor do Sindicato. "A digitalização dos documentos desburocratizou os processos e aumentou a velocidade de aprovação dos trabalhos. Com isso, tanto as empresas do setor, quanto os consumidores (de imóveis na planta) ficam mais seguros, o que é bastante positivo para os negócios."
Entre os desafios para que a indústria da construção civil siga crescendo no volume de lançamentos, o dirigente destaca o desabastecimento e alta nos preços dos insumos, que têm ocorrido há quase meio ano. Ainda assim, a expectativa da entidade é boa, afirma Schuch.
"Pesquisa realizada em parceria com a Alphaplan – Inteligência em Pesquisas e a Órulo, mostra que em 2020 foram comercializados 4.975 imóveis novos em Porto Alegre", destaca Schuch. Ele explica que a pandemia, que incialmente inibiu os lançamentos no primeiro semestre do ano passado, incrementou as vendas após a retomada da produção da construção civil - que ficou parada por 62 dias.
"A demanda começou a aumentar por conta da necessidade de se viver com mais qualidade durante o isolamento. Muitas pessoas passaram a procurar imóveis maiores, com espaço próprio para o home office, e um segundo movimento promoveu a venda de lofts (antigos JK) e de imóveis com um dormitório", observa o dirigente do Sinduscon-RS.
Os dados da pesquisa encomendada pela entidade registram 365 unidades com um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 274 milhões vendidas em dezembro. A maioria (70%) das vendas foram de apartamentos de dois dormitórios (31%), seguidos dos apartamentos de três dormitórios (30%) e dos estúdios e apartamentos de um dormitórios (com 19% cada).
No mesmo mês foi registrado pelo mercado o lançamento de 48 unidades com um VGV de R$ 21 milhões, contra 708 unidades com um VGV de R$ 703 milhões milhões, em comparação com novembro de 2020. Quanto ao estágio das obras, 40% das vendas do mês foram de imóveis prontos, 39% em construção e 21% eram lançamentos.
Schuch pontua que no ano passado o setor tinha 44% de seu estoque formado por imóveis prontos em janeiro, e finalizou dezembro com 33%. "Visto que houve este volume de consumo de imóveis prontos, tudo indica que haverá aumento de cerca de 30% na reposição de estoques em 2021."