Inicialmente com a previsão de começar as atividades no segundo semestre de 2020, a fábrica de cervejas da Dado Bier, que está sendo construída no município do Litoral Norte gaúcho de Três Cachoeiras, teve seu cronograma reajustado e deverá ser inaugurada no primeiro trimestre de 2022. A primeira fase do projeto absorverá um aporte de cerca de R$ 65 milhões. O fundador e CEO da empresa, Eduardo Bier, enfatiza que o ano passado foi muito atribulado devido à pandemia do coronavírus, que além de dificultar os trabalhos de construção, gerou uma enorme incerteza quanto aos reflexos no mercado cervejeiro.
"Mas, a obra seguiu, concluímos a parte de terraplenagem e de fundações, estamos atrasados no nosso cronograma, contudo, dentro do contexto que se impôs, nós conseguimos andar", frisa o executivo. Apesar da insegurança proporcionada quanto às vendas de cerveja no Brasil por conta da Covid-19, Bier informa que, como a companhia tem seu nicho de vendas em mercados, supermercados e atacados, ao final de 2020 não verificou tantos impactos como quem atende a bares e restaurantes. Segundo o executivo, no ano passado o consumo de cervejas caiu no País em torno de 18% em volume, mas na contramão a Dado Bier cresceu 17,6% (atingido uma produção de mais de 21 milhões de litros).
A capacidade de produção inicial da nova planta da companhia em Três Cachoeiras será de 45 milhões de litros anuais de cerveja e o projeto prevê ampliações futuras para 100 milhões de litros e posteriormente para 200 milhões de litros. Bier prefere não estipular prazo ou valores para as próximas expansões. Ele recorda que o planejamento da construção de uma fábrica própria do grupo começou a ser elaborado em 2018. A partir desse ponto, foi feita a escolha de terreno e trabalhado o processo de licenciamento ambiental - a licença de instalação para o empreendimento foi emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no começo do ano passado.
Entre os fatores que ocasionaram a opção pela cidade do Litoral Norte para receber o investimento, o executivo cita a disponibilidade de água e as boas condições logísticas. "Foi o lugar que atendeu a todos os critérios, um local muito bonito, na beira da BR-101, na divisa de Santa Catarina, um dos principais mercados que atuamos, e sobre o aquífero Guarani, uma fonte quase inesgotável de água", ressalta Bier. O empresário destaca que a companhia adotou uma estratégia de primeiramente conquistar mercado e consolidar a sua marca para depois implantar uma fábrica própria. Atualmente, o grupo possui um sistema de produção híbrido, em Santa Maria, com seus equipamentos situados dentro de uma planta de produção de cerveja, além de trabalhar com unidades terceirizadas em Toledo, no Paraná, e em Leme, São Paulo.