Empreendimentos ansiosamente aguardados pelos agentes do setor elétrico do Rio Grande do Sul finalmente começam a serem concluídos. As primeiras obras de transmissão de energia que inicialmente foram arrematadas pela Eletrosul em 2014 e depois relicitadas em 2018 - em um investimento estimado de aproximadamente R$ 5,4 bilhões - serão entregues em 2021.
O conjunto desses complexos compreende 10 novas subestações de energia e 13 ampliações de unidades já existentes, além da implantação de 2,92 mil quilômetros de linhas de transmissão. Essas obras foram divididas em cinco lotes no leilão de 20 de dezembro de 2018 promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e conquistadas por cinco grupos: Consórcio Chimarrão (constituído pela CYMI Construções e Participações e pela Brasil Energia Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia), CPFL Geração de Energia, Taesa, Neoenergia e Sterlite. Posteriormente, essa última empresa vendeu seu projeto para a CYMI. Os empreendimentos estão sendo desenvolvidos em diversos pontos do Estado como na Fronteira-Oeste, Metade Sul, região Metropolitana de Porto Alegre, Litoral Norte e divisa com Santa Catarina.
O secretário estadual em exercício do Meio Ambiente e Infraestrutura, Paulo Pereira, destaca que o governo gaúcho mantém contato com as empresas responsáveis pelas iniciativas para acompanhar o cronograma das ações. "O Rio Grande do Sul tem o interesse de abreviar essas obras e tê-las prontas o mais rápido possível", frisa o dirigente. Pelos contratos assinados, a conclusão definitiva dos lotes das estruturas leiloadas teria que ocorrer entre 2023 e 2024. No entanto, Pereira adianta que, por exemplo, as subestações de Alegrete e Santana do Livramento, que segundo ele serão os maiores complexos dessa natureza implantados no Rio Grande do Sul, estão entre as estruturas que serão terminadas já em 2021. O secretário prevê que seja possível a finalização dessas duas plantas ainda no primeiro semestre e também espera para este ano a entrega de algumas linhas de energia.
Essa nova malha de transmissão é considerada como fundamental para que o Estado possa escoar para o sistema elétrico interligado nacional a geração de novas usinas. Pereira comenta que apenas em energia eólica há cerca de 8 mil MW em projetos a serem desenvolvidos (atualmente, a capacidade instalada de parques eólicos gaúchos em operação é de cerca de 1,8 mil MW). O secretário revela que em fevereiro será convocada uma reunião do Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (Copergs), que convidará representantes das empresas de transmissão de energia, geração eólica, Ministério de Minas e Energia, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Aneel para tratar do calendário das obras de linhas e subestações e os melhores aproveitamentos de sinergias.
O pacote de empreendimentos de transmissão faz parte de 37 projetos considerados como prioritários e estruturantes pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura que são acompanhados pelo Departamento de Políticas e Programas da pasta. No total, essas ações somam mais de R$ 13 bilhões em investimentos e contemplam ainda o desenvolvimento de obras da Corsan, usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), entre outras.