A pandemia de coronavírus teve consequências na logística global em 2020 e o Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande também não passou ileso. Contudo, o complexo gaúcho não sofreu um revés tão intenso. No ano passado, a estrutura trabalhou com 675,3 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e, no período anterior, com aproximadamente 693 mil TEUs, o que representa uma redução de 2,5% na movimentação.
"Para um ano complicado como foi, para todo mundo, acho que não foi tão ruim", avalia o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti. O executivo detalha que um dos motivos da retração foi a diminuição de cargas oriundas da cabotagem (navegação sem perder a costa de vista, ou seja, logística que não envolve outros continentes). A importação pelo Tecon Rio Grande também sofreu com alguns cancelamentos de operações, principalmente, de cargas provenientes da China. Entretanto, o resultado poderia ter sentido um impacto maior, mas foi em parte compensado pelo aumento das exportações de arroz. Além desse cereal, tiveram destaques entre as cargas embarcadas no terminal o fumo e as resinas.
Para 2021, a perspectiva de Bertinetti é otimista. Ele espera um desempenho melhor do que em 2020 e projeta que o primeiro trimestre será um período de acomodação das condições econômicas mundiais. Depois disso, a tendência é de uma retomada dos setores industriais acarretando o aquecimento das importações. O executivo prevê que a propagação da vacina trará mais segurança e implicará uma "mudança de humor para o mercado".
Se a estrutura na Metade Sul verificou retração no ano passado, o outro terminal de contêineres gaúcho e que atua em parceria com o complexo de Rio Grande, o Tecon Santa Clara, localizado em Triunfo, registrou crescimento. Bertinetti informa que a movimentação por esse complexo tem aumentado ano a ano, sendo que em 2019 as operações atingiram aproximadamente 46 mil TEUs e no ano passado em torno de 47,3 mil TEUs (elevação de 2,8%). Entre os itens mais trabalhados pelo terminal em 2020, o dirigente cita resinas, madeira e importações de empresas como a Tramontina e a John Deere.