Com apoio da presidência da Assembleia Legislativa (AL), o setor de eventos gaúcho pleiteia junto ao governo federal a prorrogação do auxílio emergencial, que tem minimizado o impacto econômico da pandemia sobre o segmento, ainda impedido de retomar as atividades no Estado. Nesta quarta-feira (23), a demanda foi tratada em reunião na sede do Parlamento, e o pleito será encaminhado ao presidente da República Jair Bolsonaro e ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Com endosso do comandante da AL, Ernani Polo (PP), Rodrigo Machado, um dos coordenadores do Grupo Live Marketing RS, que integra empresários e profissionais do setor, encaminhou ofício com a solicitação ao coordenador da bancada gaúcha, deputado Giovani Cherini (PL) e ao senador Luis Carlos Heinze (PP), que reforçarão as articulações junto ao Planalto. O pedido também é assinado pelo Porto Alegre e Região Metropolitana Convention & Visitors Bureau (POACV), Gramado, Canela e Região das Hortênsias Convention & Visitors Bureau, Bento Convention Bureau e Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos (Agepes).
O benefício federal, garantido por meio do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, permite a redução proporcional dos salários e da jornada de trabalho, bem como a suspensão temporária do contratos durante a pandemia. Dessa forma, vem permitindo a preservação de empregos e de renda em todo o País, principalmente no período mais crítico de restrições às atividades econômicas.
Segundo Machado, uma vez que o setor ainda está impedido de trabalhar e sem receita, não há como voltar a assumir integralmente os salários dos funcionários pelo mesmo período da concessão do benefício. "O auxílio emergencial acaba agora e o governo não se manifestou mais a respeito. Assumimos esse compromisso com nossos funcionários, mas agora temos de espelhar o mesmo período da suspensão e redução da carga horária com recursos próprios. Mas quais recursos, se estamos todos fechados e sem receita?", indaga o empresário.
Sócio da Opinião Produtora, que em Porto Alegre comanda o Bar Opinião, o Pepsi On Stage e o Auditório Araújo Vianna, ele lembra que já são quase nove meses sem trabalhar, utilizando o benefício para manter alguns funcionários com carga reduzida e outros com suspensão. "Agora vamos ter de assegurar os empregos por mais nove meses com recursos próprios, mas não temos receita”, reafirma.
Machado (d), do Grupo Live Marketing RS, entregou o ofício das entidades associadas ao presidente da AL, Ernani Polo (e). Foto: Joel Vargas/ALRS/Divulgação/JC
Ele lembra que o setor de eventos e suas diversas atividades movimentam anualmente cerca de R$ 2 bilhões e geram 500 mil empregos diretos e indiretos no Estado, o que dá uma amostra do impacto que as restrições promovidas para enfrentamento da Covid-19 trouxeram ao segmento. “Com a crise da Covid-19, fomos o primeiro setor a ser impactado pela necessidade do isolamento social e seremos o último a retomar as atividades”, comenta Machado.
No ofício que será encaminhado à Brasília, os empresários ressaltam que os setores foram "fortemente avassalados e destruídos pela crise", destacam que a retomada levará no mínimo um ano para acontecer e enfatizam que "neste momento todas as empresas estão sofrendo para manterem-se economicamente ativas, no entanto, sabemos que já estamos usando de todas as ferramentas possíveis ara não haverem demissões em massa nos próximos dias". Segundo os signatários, a prorrogação da Medida Provisória 936, que instituiu o Programa Emergencial, é fundamental para garantir a empregabilidade daqueles que dependem das empresas do setor.
Segundo Polo, que vem acompanhando as negociações do segmento junto ao governo do Estado ao longo dos meses e defende a retomada responsável das atividades, mediante observância de todos os protocolos de segurança, a importância do setor se traduz nas diferentes atividades paralelas que agrega, como sonorização, iluminação, alimentação, recepção, montagem, etc. Por isso, na opinião do parlamentar, a prorrogação do auxílio emergencial é uma demanda extremamente legítima ara as áreas de eventos e entretenimento. "Conhecemos a dura realidade de quem faz o dia a dia do setor. Precisamos entender o desespero desses empreendedores, que têm suas responsabilidades e obrigações a honrar”, ressalta o deputado.