As
novas restrições decretadas pelo governo de Eduardo Leite para o funcionamento de bares e restaurantes, devido ao avanço da pandemia, tiveram reações opostas de entidades ligadas ao setor no Rio Grande do Sul.
A Associação de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel/RS), em conjunto com o Polo Gastronômico São Leopoldo e o SindGastrHô, informou que enviou um ofício ao governador solicitando que não sejam restringidas as atividades dos segmentos.
Já o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) emitiu nota considerando "prudentes" as medidas para evitar o que seria o pior, na opinião do sindicato, o fechamento das atividades.
"Entendemos que é melhor enfrentar essa nova restrição do que ter que fechar. A população precisa entender que voltamos a um patamar delicado, com aumento dos casos”, afirmou o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, em comunicado.
Já a Abrasel-RS, que se posiciona contra as novas restrições, aponta que as eleições potencializaram o crescimento de novos casos e diz que o recuo nas flexibilizações "é ineficiente para conter a doença".
As novas disposições preveem que bares e restaurantes podem operar até as 22h. Delivery e pague e Leve (take-away) podem funcionar até as 23h. Não houve restrição a dias.
“Restringir o funcionamento dos negócios agora é um retrocesso absurdo”, reage a presidente da Abrasel-RS, Maria Fernanda Tartoni.
Segundo a entidade estadual, as determinações podem reduzir mais da metade do faturamento de quem opera em dois turnos, além de 19% de seus associados que abrem apenas à noite.
Maria Fernanda considera injustas as restrições focadas em uma categoria que segue todas as orientações de saúde previstas e, ainda assim, é prejudicada com as decisões.
“Estamos cumprindo todos os protocolos. É fundamental ter mais fiscalização e orientar quem não está respeitando as medidas. Precisamos de órgãos que atuem ativamente neste processo ao invés de apenas fecharmos as portas”, reitera a presidente.
Ela também é contra a suspensão temporária do modelo de cogestão, sistema que dá liberdade às regiões decidirem por critérios mais leves em relação ao Estado. “É necessário manter a cogestão, pois todas as regiões têm suas particularidades e sabem onde precisam dar mais atenção para conter a pandemia”, explica Maria Fernanda.
O Sindha foca na conscientização da população e lembra de nota conjunta com Sindilojas e CDL-POA, divulgada na semana passada, na tentativa de evitar medidas mais restritivas em Porto Alegre. A nota fez apelo para que as pessoas sigam os protocolos.