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Economia

- Publicada em 25 de Outubro de 2020 às 20:48

Estudo projeta redução do carvão na matriz elétrica

Diminuição deve ser vista como uma questão obrigatória, diz Agapan

Diminuição deve ser vista como uma questão obrigatória, diz Agapan


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jefferson Klein
Sempre um motivo de controvérsia devido à questão dos seus impactos ambientais, mas sendo uma geração de energia "firme", que não oscila com as condições climáticas, o carvão mineral deve perder espaço na matriz elétrica brasileira nos próximos anos. Pelo menos é o que consta no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029, elaborado pelo governo federal. Conforme o estudo, a fonte passará dos 2,7 GW de capacidade instalada registrados no ano passado (o que corresponde a cerca de 65% da demanda elétrica do Rio Grande do Sul) para 2,1 GW em 2029.
Sempre um motivo de controvérsia devido à questão dos seus impactos ambientais, mas sendo uma geração de energia "firme", que não oscila com as condições climáticas, o carvão mineral deve perder espaço na matriz elétrica brasileira nos próximos anos. Pelo menos é o que consta no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029, elaborado pelo governo federal. Conforme o estudo, a fonte passará dos 2,7 GW de capacidade instalada registrados no ano passado (o que corresponde a cerca de 65% da demanda elétrica do Rio Grande do Sul) para 2,1 GW em 2029.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez, a redução do uso do carvão é uma questão que tem que ser tratada como obrigatória. Ele destaca que nações que tiveram suas industrializações movidas pelo carvão, como é o caso da Inglaterra e da Alemanha, decidiram abandonar as usinas que empregavam esse combustível. "Não pode uma atividade produtiva de energia, hoje com tantas fontes renováveis, prejudicar a saúde de todos", enfatiza.
Milanez cita como exemplo o projeto da Mina Guaíba (que prevê a mineração de carvão em Eldorado do Sul) que se for adiante, adverte o integrante da Agapan, terá impacto em toda a população da região Metropolitana da capital gaúcha. "Isso prejudicaria a imagem do Rio Grande do Sul que, com esse retorno ao passado, faria Porto Alegre deixar de ser procurada para investimentos sustentáveis e isso é algo que prejudica a economia", argumenta. Milanez considera que o ideal é que a expansão energética seja focada em fontes renováveis, como a solar e a eólica, e quando houver a necessidade de uma geração que seja mais constante (os ventos e a irradiação solar podem oscilar e por isso essas fontes são consideradas intermitentes), que seja priorizada a hidreletricidade.
Segundo o PDE 2029, em 10 anos, a eólica passará no Brasil de uma capacidade instalada de 15 GW para 39,5 MW, a solar de 2,1 GW para 10,6 GW (sem contar a geração distribuída feita, principalmente, por painéis fotovoltaicos colocados nos tetos de residências e comércios) e a hidrelétrica de 97,6 GW para 104 GW. Sobre o carvão, o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, comenta que o PDE 2029 não contempla o programa de modernização do parque termelétrico nacional abastecido com esse combustível. Essa é uma pauta que está sendo discutida pela entidade com o governo federal. "Como o programa não foi lançado e não é oficial ainda, o PDE não pode abranger isso", enfatiza o dirigente.
Zancan detalha que a ideia é substituir as usinas antigas por novas térmicas. O presidente da ABCM antecipa que, a ação sendo confirmada, a participação da fonte na matriz elétrica do País deverá continuar próxima de 2%, como é atualmente. Sobre a possibilidade de o Brasil abandonar o carvão com uma opção energética, o dirigente informa que, no momento, praticamente todas as térmicas estão operando, pois é necessário guardar água nos reservatórios das hidrelétricas e nessas situações é importante contar com uma fonte térmica como garantia. "Somente a eólica e a solar não resolvem o problema", afirma.
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