O edital para concessão dos parques nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral para a iniciativa privada terá a autorização assinada nesta quarta-feira (14) em Cambará do Sul, no nordeste. O evento de assinatura vai ocorrer no Mirante do Cotovelo, dentro do parque dos Aparados da Serra, com a presença do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e de parlamentares, e está previsto para começar às 10h.
O evento marca o início do novo modelo de gestão aberta para a iniciativa privada por parte do Ministério. Em janeiro, o MMA elaborou consulta pública junto ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A estimativa do Ministério é um investimento de R$ 249 milhões, e um prazo de 30 anos de concessão. À época, o secretário do Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente, André Pitaguari Germanos, afirmou que a ideia é dobrar o fluxo de visitantes nos parques – que, nos níveis pré-pandemia, giravam em torno de 200 mil pessoas por ano. A expectativa, segundo ele, é que isso leve a maior educação ambiental por parte da população e incentivo ao desenvolvimento sustentável com geração de emprego.
De acordo com a presidente da Associação de Empreendedores de Cambará do Sul (AETURCS), Kelly Castan da Fonseca, a concessão dos parques é uma boa alternativa para garantir a melhoria da infraestrutura dos parques. “O ICMBio hoje tem uma grande dificuldade no gerenciamento dos parques por uma série de fatores. O que vai ser concedido vai ser só o uso público dos parques gerenciado pelo plano de manejo, toda a área de planejamento do parque vai se manter preservada”, afirma.
Um dos problemas principais de infraestrutura na região é o de acesso de veículos. Segundo ela, a estrada de acesso ao Parque da Serra Geral é de responsabilidade municipal e já está parcialmente pavimentada, com os últimos quilômetros atualmente em obras de asfaltamento.
Segundo Kelly, uma das principais demandas da comunidade local e dos empreendedores desde a consulta pública é garantir que o fluxo de turistas que rumam ao parque passem pelo município e que não se crie uma outra rota de acesso. Assim, acredita ela, as melhorias de infraestrutura trazidas pela concessão dos parques vai refletir positivamente na cidade e na oferta de turismo, além de aumentar a conscientização ambiental.
A última obra de recuperação feita no parque terminou em 1996, quando se implantou sinalização de trilhas, banheiros, um centro de visitantes e um box de informação. Hoje, parte dessas instalações estão deterioradas, e não há um local para alimentação ou comprar água.