O restaurante e café Via Andradas, situado no Centro de Porto Alegre, já se preparava no início da manhã para receber os cerca de 150 clientes esperados. O movimento projetado é bem menor do que aquele visto antes de março, quando se acentuou a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Até então, cerca de 380 pessoas eram atendidas todos os dias no local.
A gerente do Via Andradas, Julia Gras Chies, diz que, de lá para cá, o negócio acumula prejuízo mensal de aproximadamente R$ 40 mil. Mesmo assim, poder reabrir e tentar diminuir essas perdas já é um sinal positivo de retomada, comenta.
O restaurante Divino Sabor se prepara para voltar a receber os clientes a partir desta quarta. Foto: Luiza Prado/JC
Já o restaurante Divino Sabor, na Avenida Santana, preferiu aproveitar esta terça-feira para higienizar o salão e a fachada e preparar os funcionários para o novo normal. A abertura ao público externo será nesta quarta-feira (12). O local vai continuar funcionando com buffet, mas apenas os funcionários irão servir os pratos.
O estabelecimento conseguiu manter um quadro mínimo de funcionários graças ao Programa Emergencial de Suporte a Empregos do governo federal e não pretende fazer qualquer investimento para dar conta da operação por enquanto. "A experiência que tivemos na última vez em que pudemos abrir foi um movimento bastante fraco. Nem todas as pessoas se sentem seguras para voltar a consumir", comenta o gerente do Divino Sabor, Antonio Kuhn.
O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) disse, em nota, que a liberação com restrições ainda não contempla toda as solicitações do setor. Mesmo assim, o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, entende que a alteração já representa um avanço em comparação aos salões totalmente fechados.
"Já sentimos um alívio frente à possibilidade de abrir, ainda que com restrições de horários e também sem operar aos fins de semana. Estávamos precisando disso, os negócios da gastronomia já estão abaixo do nível de sobrevivência, é extremamente grave", avalia Chmelnitsky. Ele admite que o setor gostaria de uma flexibilidade maior, "mas temos algo importante nas mãos".
A entidade realiza, desde o início da pandemia, um trabalho intenso de negociação com o Executivo municipal e o governo estadual para levar a realidade dos empresários do setor aos governantes. O Sindha chegou a elaborar, ainda em março deste ano, um estudo técnico com os protocolos de segurança necessários para os bares e restaurantes reabrirem. Agora, a entidade oferece cursos à distância para os gestores se adequarem às novas normas de funcionamento e cuidados no controle de disseminação do vírus, que podem ser conferidos no site da entidade www.sindha.org.br.