Desde o início desta semana, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior informou que será feita uma retomada gradual das atividades econômicas na capital gaúcha, os empresários aguardam a definição sobre como poderão retomar seus negócios. Depois de uma
reunião de mais de três horas na segunda-feira (3), uma nova conversa entre prefeitura e empresários estava sendo esperada para esta terça-feira (4) à tarde dada a gravidade da situação apresentada pelos setores.
Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio nesta manhã, a assessoria de imprensa do Executivo municipal disse que ainda não tem nem previsão de quando essa reunião deve acontecer. A prefeitura comunicou, por nota, que segue construindo uma alternativa de liberação das atividades e garante que haverá novidades ainda nesta semana.
"Hoje (quarta), no entanto, o prefeito não conseguirá anunciar nada, visto que a Câmara está apreciando o pedido de impeachment, e qualquer ação não deve ser confundida com as questões políticas", diz a nota.
"Hoje, no entanto, o prefeito não conseguirá anunciar nada, visto que a Câmara (de Vereadores) está apreciando o pedido de impeachment, e qualquer ação não deve ser confundida com as questões políticas". Em nota, a assessoria diz que Marchezan Júnior "lamenta ainda, com a cidade precisando tanto de trabalho árduo da gestão pública, precisar perder tempo com questões que em nada contribuem para os reais e graves problemas da cidade no enfrentamento da pandemia".
O presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, diz que ainda que haja um esforço para interpretar o decreto estadual como um avanço, os horários sugeridos são extremamente confusos. "Eles não criam uma sistemática adequada para o consumidor. É extremamente restrito", sustenta.
No caso do funcionamento na Capital, diz o dirigente, é o prefeito que determina se as regras serão mais duras do que essa flexibilização estadual. "Por isso, seguimos buscando uma retomada gradual, responsável e sustentável. Pedindo a liberação de segunda a segunda, das 11h às 20h, já a partir de sábado (8). Já declaramos e reiteramos: estamos no limite. A situação é insustentável", avisou Chmelnitsky.
Já a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre entende que o decreto estadual não atende totalmente aos anseios do setor, mas pode ser visto como "uma sinalização positiva do governo do Estado e uma melhoria importante". A entidade diz, através de nota, que está em constante contato com o prefeito Nelson Marchezan Júnior e que o diálogo está avançando para a retomada das atividades comerciais.
A entidade espera a resolução das tratativas no máximo até esta quinta-feira (6). Para a CDL POA, o mínimo necessário na Capital será igualar as normativas municipais ao novo decreto estadual.
A Fecomércio/RS disse que a medida estadual representa um avanço para comerciantes de bens e de serviços que estavam impedidos de abrir as portas. “Essa flexibilização é algo pelo qual temos trabalhado desde o início do plano e vemos de forma favorável, já que o comércio tem contribuído ajustando os seus procedimentos para tornar a atividade segura para os empresários, trabalhadores e para o público”, afirmou o presidente da federação, Luiz Carlos Bohn.
A entidade sustenta que há muitos fatores gerando novos casos de Covid-19 que nada têm a ver com o comércio. "Continuamos insistindo que é preciso ter uma estratégia para rastrear contaminações, e as empresas estão dispostas a colaborar com um estudo neste sentido, atuando como parte da solução", disse Bohn.