A elevação do preço de resinas plásticas, como polietilenos de alta e baixa densidade e o polipropileno, vem preocupando as empresas que fabricam os produtos finais a partir desses insumos. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Gerson Haas, no começo de agosto o incremento foi na faixa de 11%, mas os aumentos vêm ocorrendo nos últimos três meses seguidos, acumulando nesse período uma alta de cerca de 25%.
O dirigente informa que, com o último reajuste, a tonelada do polietileno de alta densidade ficou em torno de R$ 6,65 mil, a do polietileno de baixa densidade em cerca de R$ 6,4 mil e do polipropileno em aproximadamente R$ 8 mil, isso sem contar os tributos. Haas detalha que a elevação dos preços foi praticada pela principal fornecedora de resinas termoplásticas no mercado nacional, a Braskem. Porém, o presidente do Sinplast-RS acrescenta que os preços no cenário internacional também estão subindo. O dirigente ressalta que, no Brasil, a Braskem representa um oligopólio no segmento de resinas termoplásticas.
Segundo o empresário, será difícil para os transformadores agregarem os valores mais elevados das matérias-primas aos produtos finais, mas também será muito complicado absorver o aumento. Ele considera que o ideal seria que a Braskem mantivesse os preços antigos por um pouco mais de tempo. No momento, a companhia não está se posicionando sobre a questão, pois se encontra em "período de silêncio", por conta da divulgação do seu balanço financeiro.
De acordo com o presidente do Sinplast-RS, a importação não seria uma alternativa satisfatória atualmente, porque o dólar está muito valorizado e também houve aumentos no cenário externo. O dirigente admite que o incremento do preço da matéria-prima pode fazer com que o plástico perca espaço para outros materiais como papel, papelão e vidro. Haas comenta que, pelo menos, a pandemia do coronavírus não afetou tanto o setor.
"Com exceção das peças de automóveis, que tiveram uma queda muito brusca, outros artigos, como os descartáveis, em geral, estão vendendo mais do que o normal", afirma Haas. O integrante do Sinplast-RS detalha que, além de itens usados nas máscaras descartáveis e vestimentas hospitalares, há a demanda gerada pelos plásticos usados nas tele-entregas.